Após atingir a marca de dez mil conexões, o crescimento da geração distribuída continua com força no país. Agora é a vez do Aquário Marinho do Rio de Janeiro, sediado na zona portuária da capital fluminense, inaugurar o seu telhado solar, o maior do estado. O equipamento tem potência de 640 kWp instalados e tem mais de dois mil painéis fotovoltaicos, ocupando uma área de seis mil metros quadrados e com geração de 77 mil kWh de energia por mês. O montante é o suficiente para abastecer 500 residências no período. As obras para a construção duraram cerca de três meses, de março a maio deste ano.
O projeto é fruto de uma parceria entre o AquaRio e a Faro Energy. A empresa, que também tem atuação na região andina e na América Central, se encarregou dos investimentos. O diretor presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman ressalta o aspecto da sustentabilidade do telhado solar, que além de utilizar energia renovável vai evitar a emissão de 320 toneladas de gás carbônico para o ambiente a cada ano. “Gera uma economia financeira muito interessante, é uma forma de fazer negócio interessante”, explica. A previsão é que as placas solares consigam reduzir a conta do aquário em até 20%, ou até R$ 60 mil reais. Há a ideia de tornar o aquário totalmente abastecido por energia solar fotovoltaica.
O pico da obra teve cerca de 25 funcionários envolvidos. A instalação foi feita por uma empresa contratada pela Faro Energy, que será responsável pela manutenção e operação do telhado pelos próximos 25 anos. De acordo com Markus Vlasits, diretor comercial da Faro, o projeto é de longo prazo, como devem ser todos os dessa categoria e que dentro de cinco a seis anos, o retorno financeiro deve vir. “Dentro de uma parceria de 20 anos, faz muito sentido”, avisa. Segundo ele, mesmo com um projeto pujante como o do AquaRio, a intenção da geração distribuída não é a de fazer grandes projetos, mas sim levar a geração de energia aos pontos de consumo, sem precisar de muitos quilômetros de linhas de transmissão ou grandes barragens. “A simplicidade faz parte do atrativo da tecnologia”, avisa.
As placas foram fornecidas pela chinesa JA Solar. A ideia do AquaRio é que quem for visitar o lugar saiba que há um sistema fotovoltaico ali. Um painel fotovoltaico deve ficar no lobby, acompanhado de uma tela de LED, que vai informar o quanto está sendo produzido de energia naquele momento e o impacto para o aquário. “É uma forma do público ser educado na questão da sustentabilidade”, comenta o presidente Marcelo Szpilman. Ter que operar o telhado solar nos próximos anos e ser parceira financeira do projeto acabou se refletindo em um cuidado mais que especial da Faro Energy no projeto. Por ser ainda algo relativamente novo, a atenção com a mão de obra na instalação foi redobrada.
Vlasits vê uma característica positiva no Brasil e outros países da América Latina para energia solar. Os índices de insolação fazem ela ser competitiva. “Temos um corredor solar fantástico, é um mercado que está esperando ser desbravado”, conta ele. Após o telhado solar do AquaRio, a Faro promete mais projetos para 2017. O executivo está em negociações com redes de farmácias, academias, universidades, condomínios e também com órgãos públicos. “O AquaRio serve como vitrine, venho sendo procurado e encaminho para a Faro Energy. Quem chega de São Paulo pela ponte aérea já vê o telhado”, revela Marcelo Szpilman.