Os resultados da revisão das garantias físicas, do MCSD Energia Nova A4+ e o leilão de descontratação que ocorrerá até o final de agosto deverá abrir espaço para novos leilões de energia no país. Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, essas ações que vem limpando o deck de contratos abre a perspectiva de que o governo tenha que realizar um certame no perfil A-5 ao final do ano.

A opinião do ministro é de que é possível que as ações que reduziram os contratos no mercado regulado possam abrir espaço para que as distribuidoras declarem a necessidade de energia para o horizonte de cinco anos. Contudo, lembrou que esse evento depende diretamente da declaração das concessionárias diante do chamamento do governo em declarar ou não a necessidade de contratar energia nova por meio de certames promovidos pela Aneel.

“Com a redução da garantia física e a descontratação no MCSD, estamos animados com esses movimentos. Ainda há o leilão de descontratação da energia de reserva que deve acontecer até agosto e tudo isso cria o ambiente para que tenhamos o tamanho possível de contratação no final do ano, acho que terá espaço sim [para um A-5], mas primeiro vamos ver o que ocorrerá”, afirmou o ministro.

Tudo isso cria o ambiente para que tenhamos o tamanho possível de contratação no final do ano
Coelho Filho,
do MME

Foto: Saulo Cruz/MME

Por ainda não haver a certeza, disse que o governo continua trabalhando para ter leilão. O ministro ressaltou que para contratar energia para o mercado regulado precisa da declaração de necessidade por parte das distribuidoras, cujo chamamento para indicarem essa necessidade será feito em breve, somente então é que se verá a necessidade de um leilão de energia nova. “Claro que estamos preocupados com a carga colocada sobre o consumidor e também com a indústria de equipamentos que se instalou no Brasil”, acrescentou após participar do encerramento do Brazil Investment Forum 2017.

Coelho Filho destacou que há um consenso no mercado de que o ambiente estava tumultuado e por isso as medidas estão sendo aplicadas no “timing correto na visão do governo”. E ainda, que a contratação será feita da forma que acreditam ser a correta, sendo energia de reseva o que é reserva.

“Queremos lançar as bases de forma bastante transparente, independente de governo, para que tenha algo mais economicamente racional no setor”, disse ele, e completou ao afirmar que o trabalho continua independente de qualquer turbulência, mesmo esta sendo reconhecida como uma fonte de geração de receios por parte do mercado. A meta é manter a agenda de trabalho colocada para evitar uma das queixas que é a instabilidade de ações do governo. “Vamos seguir estritamente o calendário colocado” , finalizou.