O consumo de energia elétrica na rede totalizou 39.167 GWh em abril, retração de 2,3% em relação ao mesmo mês de 2016. Os dados constam da publicação Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética. Todas as regiões do país assinalaram retração na demanda de eletricidade em abril, sendo os maiores recuos observados no Sudeste com queda de 3,4%, Nordeste ficou 1,5% negativo e Centro-Oeste em 3,1%. Enquanto o mercado cativo das distribuidoras apresentou redução de 10,2% em abril e de 4,8% em 12 meses, o consumo livre aumentou 21,8% no mês e 15,6% em 12 meses.
Nos quatro primeiros meses do ano há um crescimento de 0,9%. Separados por classe de consumo, no mês de abril, a industrial apresentou crescimento de 0,7% , a residencial recuou 4,9%, comercial recuou pouco menos com 4,7% e as outras categorias apresentaram retração de 1%. Já no acumulado de 2017 esses sinais mudam com queda apenas no segmento comercial com 0,9%, residencial apresentou alta de 1,1%, industrial de 1,4% e a categorial outros aumentou o consumo em 1,5%.
Os dados de consumo industrial, o maior em termos de consumo no país, são mais positivos esse ano em comparação a 2016 em decorrência de existir 2 dias uteis a menos do que em 2016 e a greve geral convocada para o dia 28 daquele mês. Apesar do avanço, a EPE aponta que os dados de consumo industrial ainda estão bem abaixo do maior patamar de consumo, reportado em 2013. Entre os dados que confirmam que a demanda ainda está enfraquecida estão o índice de uso da capacidade instalada e a demanda por crédito.
Já o segmento residencial apresentou a primeira queda no ano com 4,9% menos consumo. Segundo a EPE, os fatores mais importantes que contribuíram para o resultado foram as temperaturas mais baixas e ciclo menor de faturamento de 2017, além disso, diferentemente do que se observou em 2016, o efeito do feriado de Páscoa, ocorrido entre os dias de 14 e 16 de abril, pode não ter sido integralmente captado no resultado do mês naquelas unidades cuja leitura do consumo foi realizada nos primeiros dias de abril. E ainda, “é importante salientar a base elevada de comparação, pois, em abril de 2016, devido principalmente a temperaturas elevadas, o consumo teve crescimento de 8,4%, a maior taxa verificada no ano e a segunda no histórico para o mês de abril.”
A queda no consumo comercial é atrelado às baixas temperaturas verificadas esse ano e menor número de dias úteis. Já na série sazonal ajustada conforme o número de dias faturados a variação situou-se por volta de 3% negativos. E ainda tem o efeito da situação econômica do país que também contribuiu para o resultado. Em relação ao número de unidades consumidoras de energia elétrica no País, o avanço foi de 2,0% em abril em relação ao mesmo mês de 2016.