O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo, garantiu que o setor eólico terá um leilão de reserva neste ano. “É uma decisão tomada. O presidente da República e o ministro estão comprometidos para fazer isso acontecer”, disse o representante do governo durante evento em São Paulo, nesta quinta-feira, 1º de junho.

Segundo Azevedo, além do leilão de reserva, existe a perspectiva de que o governo realize também um “pequeno leilão de energia nova”. O volume a ser contratado nos leilões, porém, só será definido após a realização do leilão de descontratação de energia, previsto para ser executado até 31 de agosto, quando o governo terá uma visão mais clara da real demanda do país.

A novidade anunciada por Azevedo é que o leilão pensado pelo governo prevê a contratação de três produtos, com entrega em três, quatro e cinco anos. O objetivo é dar previsibilidade para a indústria eólica programar a sua produção. “A ideia é que a gente possa, em um único leilão, comercializar três produtos”, adiantou. “Com isso existe a oportunidade da indústria se programar melhor, fazer uma produção mais adequada, com menos riscos.”

Compromisso com leilão ainda este ano
Eduardo Azevedo, do MME

Azevedo ainda provocou os participantes do 6º Encontro de Negócios da ABEEólica para que o setor não fique refém dos leilões federais para fomentar a expansão da fonte. Pediu que os agentes pensem alternativas para viabilizar os projetos via mercado livre, por exemplo. Ainda avisou que o governo vai reduzir os subsídios que hoje distorcem o mercado, como o desconto na TUSD e na TUSD para fontes renováveis.

O diretor de energia eólica da GE, Jean-Claude Fernand Robert, disse que é indispensável a realização de pelo menos um leilão neste ano para o setor de energia eólica e que haja uma boa contratação da fonte, sob pena de colocar em risco a manutenção dessa indústria no Brasil. “É indispensável que a gente tenha um leilão em de 2017”, cobrou.

Em 2016, por conta da crise econômica, o governou não realizou leilões para contratação de nova capacidade de geração e em 2015 o leilão realizado não foi significativo. Robert lembrou que nos últimos dois anos a indústria de energia eólica criou 67 mil empregos. Atualmente, o país conta com 11 GW de capacidade instalada em parques eólicos.

“A realidade é que todo esse investimento está em risco. Esses investimentos foram criados para uma indústria de 2 GW contratados por ano.” O executivo disse que apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país e pelo setor, a GE continua acreditando e apostando no potencial eólico brasileiro.