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Apesar da urgência estratégica em se desligar de tudo que envolve energia fóssil, a Engie Brasil Energia não deverá concluir este ano a operação de venda dos seus ativos termelétricos movidos a carvão mineral. A empresa já enviou os memorandos de informação do negócio a potenciais compradores e aguarda para meados de julho o início do recebimento das primeiras propostas formais de investidores interessados na aquisição das três unidades do Complexo Jorge Lacerda (SC – 857 MW) e do projeto ainda em construção de Pampa Sul (RS – 340 MW), previsto para entrar em operação a partir de janeiro de 2019.

“São propostas não vinculantes e com base nelas vamos tomar a decisão se seguimos à diante com o processo (de venda). Acho bem ousado falar na conclusão de tudo isso para este ano ainda, mas eu não posso descartar nada, porque pode ser que o andamento das conversas acabe sendo mais rápido do que a gente pensa”, explica o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini. Segundo ele, pontos como a agilidade da geradora em definir quem são os players envolvidos nas tratativas de venda e o ritmo em responder às perguntas do data room são cruciais para fechar ou não a operação este ano.

O executivo afirma que caso as propostas recebidas pelas usinas termelétricas não sejam consideradas interessantes pela Engie Brasil Energia, o funcionamento das três plantas do Complexo Jorge Lacerda deverá ser mantido até o final da vida útil das unidades, previsto em 2028 – quando termina o subsídio vinculado à Conta de Desenvolvimento Energético. Da mesma forma, a empresa considera concluir a construção da usina Pampa Sul e colocá-la em operação caso as negociações não avancem a um termo em uma primeira ocasião. “Podemos retomar o processo de venda num outro momento”, observa Sattamini.

Recebimento de propostas pelas térmicas a carvão em julho
Eduardo Sattamini,
da Engie Brasil Energia

Foto: Fernando Willadino

O CEO da empresa salienta que não operar com fonte de energia de origem fóssil é, hoje e daqui para frente, uma questão estratégica para o grupo de matriz francesa, que definiu claramente em seus planos de negócio de médio e longo prazo a intenção de diminuir de maneira considerável seu nível de emissões de gases efeito estufa. Ele explica que, nesse sentido, a holding tem como objetivo fazer essa redução integral em um prazo estipulado até o final da próxima década. O Brasil segue a orientação por esse caminho, e a ideia é quanto antes sair, melhor, promovendo a substituição desses ativos por energia renovável.

A avaliação é reforçada por Maurício Bähr, CEO da Engie Brasil – controladora da Engie Brasil Energia no país. Ele cita projetos de geração eólica e solar no pipeline brasileiro, bem como a transferência do controle da hidrelétrica de Jirau para a subsidiária, como exemplos dos negócios que hoje fazem parte do foco do grupo em termos de expansão dos seus investimentos. No caso da operação envolvendo a usina de 3.750 MW de capacidade, situada em Rondônia, Bähr revela que deram início ontem à discussão com o mercado, incluindo analistas financeiros e acionistas minoritários. O banco Itaú foi contratado para assessorar o negócio.

O executivo reforça o interesse da Engie na entrada no segmento de transmissão, visando participação no leilão planejado para o segundo semestre deste ano – a empresa participou do certame realizado em abril, sem sucesso. Além disso, outra possibilidade de investimentos é o leilão de concessão das quatro usinas hidrelétricas da Cemig que o governo federal promoverá em setembro. “Como os contratos de concessão das primeiras hidrelétricas adquiridas em 1998 vão vencer em 2028, a gente precisa criar longevidade para a empresa, substituindo-os por projetos cujas concessões irão vencer no mais longo prazo”, diz Bähr.