Energia elétrica proveniente de gás natural e painéis solares é o novo projeto de eficiência energética apresentado para a geração de energia do prédio do Hospital das Clínicas de São Paulo e demais institutos localizados no complexo, em São Paulo, que serão abastecidos futuramente pelas novas fontes de energia.

A iniciativa parte das Secretarias Estaduais de Energia e Mineração e da Saúde, e resultou, na quinta-feira, 1º de junho, na assinatura de um memorando de entendimentos entre o Hospital das Clínicas, a AES Eletropaulo, AES Tietê, Comgás e Ecogen, que apresentará um estudo de viabilidade de implantação do projeto, que contempla cogeração a gás natural, geração de energia fotovoltaica, troca do sistema de iluminação e modernização da infraestrutura de ar condicionado.

“Esse é um sistema em que todos ganham. O HC terá uma energia firme com baixa possibilidade de interrupção, a Comgás ganhará um novo cliente de grande porte e a AES ampliará a sua capacidade de oferta na região, sem a necessidade de investir em expansão”, explica o secretário de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles.

Com a instalação do sistema de cogeração, previsto para 2018, o Complexo das Clínicas deverá ter uma redução de até 10% na energia consumida atualmente, o que corresponde a uma economia anual de mais de R$ 1 milhão. O investimento previsto para a implantação do sistema será realizado pelas empresas privadas totalizando R$ 38 milhões.

Além do Hospital das Clínicas, deverão ser beneficiados os Institutos da Criança, Coração, Câncer, Central, Ortopedia e Traumatologia, Psiquiatria, Radiologia e o Departamento de Conservação e Construção, além do prédio da administração, dos ambulatórios e do Centro de Convenções Rebouças.

“Esse projeto é emblemático e mostra que esse trabalho conjunto das empresas de gás e energia elétrica só traz ganhos para a população”, disse Eduardo Acquaviva. Para o diretor da Comgás, Carlos Bréscia, “essa deverá ser a primeira parceira de várias”.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Energia e Mineração, o Complexo das Clínicas deverá contar com três plantas de geração simultâneas, com um total de 5 MW de potência. Além de gerar a energia necessária para abastecer uma região que atende diariamente cerca de 42 mil pessoas, essa cogeração produzirá toda a água gelada do complexo, usada principalmente no resfriamento do ar condicionado.

O sistema contará também com placas solares fotovoltaicas espalhas pelos telhados dos prédios, que deverão gerar mais de 600 MWh por ano. Também está prevista a troca de toda a refrigeração das unidades com a substituição dos atuais aparelhos por um sistema central de ar condicionado, silencioso, que refrigera o ambiente de maneira uniforme com menor consumo. Na parte interna do Complexo, haverá a troca de mais de 4 mil lâmpadas por led, que serão instaladas na mesma luminária existente, o que representa uma economia de mais de 600 MWh/ano.

“Vamos fazer uma modernização massiva do aparato do HC. O objetivo é dar 99,9% de segurança energética ao maior complexo de saúde da América Latina”, afirmou o subsecretário de Energia Elétrica, Henrique Ferraz. Para que todo esse sistema moderno e inovador funcione, deverão ser instalados motogeradores a gás natural, chillers por absorção, trocadores de calor, torres de resfriamento, painéis elétricos, bombas, tubulações e outros periféricos. “A partir do projeto do HC queremos levar esse modelo de cogeração a gás natural para outros hospitais do Estado, dando segurança energética a instalações que não podem correr o risco de ficar um minuto sem energia elétrica”, destaca Meirelles.