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A inserção do Biogás deu mais um passo nesta sexta-feira, 2 de junho. Itaipu Binacional e o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás inauguraram no parque da usina uma unidade de demonstração de biogás e biometano. A novidade é que essa planta é primeira do país a usar como matéria-prima para o insumo uma combinação de esgoto, podas de árvores e restos orgânicos de restaurantes. O projeto, que teve investimentos de R$ 2,1 milhões, teve a sua concepção no Brasil, o que deixou a sua execução mais barata e trouxe know-how. O diretor-geral de Itaipu, Luiz Fernando Viannna, ressaltou esse aspecto do pioneirismo na inauguração da planta. “Esse exemplo poderia ser replicado no país. Poderíamos ter comprado planta na Europa, mas não teríamos uma inauguração como essa. O resultado está aí, deu certo”, explica.
De acordo com Rodrigo Regis, presidente do Cibiogás, o desafio de transformar a grama e restos de comida em suprimento era grande. Itaipu poda uma tonelada de grama por dia e a tecnologia era muito cara. “Fizemos por um terço do valor. É um projeto feito por brasileiros e para brasileiros”, frisa. A Eletrobras também atuou como parceira do projeto. A planta vai usar 10 toneladas de restos de comida e resíduos orgânicos por mês, além de 30 toneladas de poda de grama mensais. A previsão é que ela vá produzir 4.000 m³ de biometano por mês, que vão abastecer de 80 a 100 carros da frota de Itaipu. Atualmente, quase 70 veículos da frota já são abastecidos com biometano.
Outro aspecto que o presidente do Cibiogás aborda é o do impacto econômico que a produção de biogás vai trazer ao estado, dando mais um impulso ao produtor rural. “O futuro abrange o agronegócio e o esgoto, trazendo nova economia ao estado e vai ampliar a vocação rural. A Sanepar, concessionária estadual de água e esgoto, também tem projetos com biogás. Ela deve inaugurar esse ano uma UTE de biogás por lodo do esgoto de uma estação de tratamento. Ainda segundo ele, o biometano vai possibilitar o gás natural naquela região do estado, aonde hoje ele não chega.
A unidade está em operação desde o dia 15 de março e nos próximos 20 meses vai passar por testes. A usina é considerada de última geração, o que vai permitir que ela apoie outros projetos similares. Após o período, o custo de operação vai chegar a R$ 29.784,11 por mês. O custo do biometano vai ser de R$ 3,31/3, caso a planta produza 9 mil m³ de biometano na plenitude da operação. O custo do projeto está em R$ 0,09/kWh e de até R$ 0,26/ km, mais barato que o custo do etanol, que é de R$0,36/ km.
*O repórter viajou a convite de Itaipu