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A Engie Brasil Energia pretende investir neste ano cerca de R$ 16 milhões no país em P&D e inovação – áreas que, na nova lógica empresarial do grupo francês, ganharam status de core business. Os recursos englobam tanto aportes na aquisição de startups, voltadas a incorporar no dia a dia da gigante mundial soluções consideradas criativas no setor energético, quanto na aplicação em projetos desenvolvidos internamente na empresa. A meta é aumentar anualmente o investimento em cerca de R$ 5 milhões, ao longo dos próximos cinco anos, nesse novo segmento de negócio da holding.
O principal projeto implementado pela Engie Brasil na área de inovação é a integração de um sistema de alimentação por baterias à usina solar/eólica Cidade Azul, em Tubarão (SC). As células fotovoltaicas e as torres eólicas do empreendimento, que já são complementares, estarão associadas à dois tipos de baterias de grande porte, importadas dos Estados Unidos – uma delas inédita, de zinco-ar. A ideia é que as baterias armazenem energia elétrica das duas fontes associadas à planta e forneçam eletricidade em momentos de pouca ou nenhuma incidência de ventos e raios solares.
Além da instalação das baterias, a Engie Brasil irá desenvolver um software para otimizar o funcionamento desse sistema híbrido. Com a integração solar-eólica-bateria, a geração de Cidade Azul chegará a 4 MWh, produção que permanecerá sendo liquidada no mercado spot. O grande objetivo da empresa, no entanto, vai muito além do ganho financeiro com a energia gerada no projeto. A ideia é que a solução ganhe viabilidade comercial e seja considerada como alternativa possível para o abastecimento elétrico em comunidades isoladas, sem acesso à rede e com limitações de fornecimento.
“No Brasil, há uma série de comunidades isoladas na Amazônia que hoje são atendidas com geradores movido a óleo diesel. Uma planta como essa de Cidade Azul é candidata ideal para atender a esse tipo de demanda, não só no Brasil como também em outras áreas remotas do mundo onde estamos, incluindo diversas ilhas situadas na Indonésia e no Mar da China”, explica o gerente de Inovação e Novos Negócios da Engie Brasil, Carlos Gothe. A Gerência está diretamente ligada à Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, que coordena as ações nessa área.
Com história consolidada no país enquanto geradora de energia elétrica por meio de grandes projetos hidrelétricos desde o final da década de 1990, quando assumiu o controle dos ativos da antiga Gerasul, a Engie que marcar através da inovação uma nova posição nos diversos mercados onde atua no mundo. A unidade brasileira da holding já se estruturou dentro dessa nova lógica, com braços dedicados a energia solar descentralizada e a soluções integradas. Esta última trabalha em projetos de mobilidade, tráfego, segurança e iluminação pública, voltados às grandes e médias cidades.