A hidrelétrica de Itaipu está em alerta com a situação do volume do Rio Paraná, que está cheio e ainda sofre a incidência de muitas chuvas na região. A expectativa é de receber uma vazão acima de 19 mil metros cúbicos de água por segundo. Com o reservatório já cheio, a usina não tem como usar toda a água que chega e a solução é verter o excedente. No último domingo, 4 de junho, Itaipu chegou a soltar pelo vertedouro o equivalente ao volume médio de quatros Cataratas do Iguaçu, localizada no Rio Iguaçu. Pelo local passavam à tarde quase 5 mil metros cúbicos de água por segundo.
Com essa conjuntura a usina trabalha para minimizar os possíveis riscos de uma cheia provocada pelo aumento do volume de água no reservatório. Não chove apenas na região da fronteira do Brasil com o Paraguai, mas em toda a bacia do Rio Paraná, que já está com um bom volume de água. Com isso, é necessário trabalhar para reduzir o risco de inundações no bairro San Rafael, em Ciudad del Este, no Paraguai.
Em cenários como esse, com possibilidade de aumento do volume de água no reservatório, quando ele já está cheio, a hidrelétrica leva em consideração sempre quatros pontos imprescindíveis do ponto de vista operacional e diplomático: a segurança da barragem, a gestão do Acordo Tripartite-Corpus, o melhor aproveitamento da matéria-prima para a geração de energia e ações para reduzir os impactos causados pelo excesso de chuva.
Itaipu usa toda a vazão que chega para gerar energia elétrica e só despeja pelo vertedouro o excedente, a sobra de água. Não fosse a barragem, essa água toda seguiria o curso natural do rio e as enchentes seriam inevitáveis e com maior frequência. Quando há risco imediato de inundação, o Comitê de Cheia é acionado e todos os órgãos da Defesa Civil são informados para adotar as medidas cabíveis.
Em relação à segurança da barragem, a usina conta com mais de 2.500 instrumentos para acompanhar o comportamento das estruturas de concreto e da fundação das suas barragens (a de concreto é uma delas, mas o complexo inclui barragens de enrocamento – pedra – e terra), além de 5.295 drenos e do próprio vertedouro, com capacidade para vazão de 60 mil metros cúbicos por segundo. O controle contribui para a robustez do empreendimento.
Quando a enchente é inevitável, é preciso levar em consideração também a gestão do Acordo Tripartite, que rege as relações entre Brasil, Paraguai e Argentina para o aproveitamento dos recursos propiciados pelo Rio Paraná. A área operacional de Itaipu procura atender os limites de atuação da usina que possam ter implicações em território argentino.