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Após a confirmação da retomada das licitações públicas para contratação de fonte eólica no segundo semestre do ano, investidores e dirigentes do setor já fazem planos para o certame. Principal entidade do segmento de geração por meio dos ventos, a ABEEólica espera uma contratação de pelo menos 1.000 MW de plantas eólicas no próximo leilão de reserva, como forma de garantir a manutenção do parque industrial estruturado ao longo dos últimos seis anos – período em que a eólica saiu de índices inexpressivos para ocupar a quarta posição entre as fontes da matriz elétrica brasileira.

“Há uma carência grande por parte das empresas, já que há um bom tempo não existe movimentação de novos negócios. Nesse cenário, a contratação de 1 GW vai garantir a permanência da indústria de fornecedores. É um volume que não resolve o problema, mas que pelo menos não deixa morrer o que já existe”, explica o presidente do Conselho de Administração da Abeeólica, Lauro Fiúza Junior. Além dos seis principais fornecedores (Acciona, Siemens Gamesa, GE, Vestas, Weg e Wobben), a cadeia ligada ao setor eólico instalada no país envolve cerca de outras mil empresas.

Apesar de contar com a contratação dos 1.000 MW, Fiúza ressalta que a real necessidade de aquisição de energia no leilão de reserva de setembro ou outubro será dada a partir de instrumentos como o Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits e o leilão de descontratação marcado para agosto – este último voltado a liberar a concessão de projetos já licitados, mas não realizados. Somente após a realização dessas etapas e com o ajuste do balanço de garantia física por parte da Empresa de Pesquisa Energética é que será possível averiguar o alcance do leilão de reserva.

Pouco mais de um ano e meio após a última contratação de fonte eólica por meio de leilões públicos, o cenário que toma conta da indústria de fornecedores de equipamentos e serviços é de apreensão. “Estamos contando com a realização do leilão neste ano, conforme já indicou o ministro. É isso o que vai garantir a sobrevivência da indústria de fornecedores. O cancelamento do leilão de dezembro do ano passado trouxe um sinal muito ruim para o mercado, de muita instabilidade, e grande parte do contingente instalado no país tende a desaparecer se não houver leilão este ano”, diz ele.

Fiúza participou nesta terça-feira, 13 de junho, da teleconferência “Global Wind Update – Doing Business in…Brazil”, promovido pela Global Wind Energy Council para apresentar o quadro da geração de energia eólica no Brasil e no mundo no ano de 2016. O mercado brasileiro fechou o ano passado como nono maior do mundo, totalizando 10,7 GW de capacidade instalada, o equivalente a 2,2% da capacidade global de 486 GW. A China permanece como líder mundial de potência instalada no mundo, com 168 GW, seguida dos Estados Unidos (82 GW) e da Alemanha (50 GW).

Apenas no ano passado, o país ficou na quinta posição entre os mercados que mais instalaram geração eólica no mundo, com pouco mais de 2 GW – o total mundial ficou em 54,6 GW. O montante do Brasil é inferior ao que foi agregado no parque brasileiro nos dois anos anteriores: 2,75 GW em 2015 e 2,5 GW em 2014, o que, na visão do executivo da Abeeólica, já reflete um resfriamento dos negócios em razão da redução do cronograma de contratação por parte do governo. A expectativa é que a retomada do mercado ocorra apenas após 2018, com a definição do quadro político.