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A assembleia de credores da Abengoa, realizada nesta terça-feira, 13 de junho, foi suspensa até o dia 18 de agosto, quando será apresentado um ajuste ao plano de recuperação judicial. O plano envolve a venda dos ativos brownfield – já em operação – e os ativos greenfield, que ainda estão em construção e não estão em operação. O Hospital de Manaus, uma parceria público-privada da empresa com o governo do Amazonas, também será vendido. A transmissora de origem espanhola está em processo de recuperação judicial desde novembro de 2015. A partir daí ela vem tentado vender esses ativos para pagar as suas dívidas.

Nesta assembleia de agosto, a Abengoa já pretende apresentar a proposta com o nome do investidor interessado em comprar esses ativos. As conversas com potenciais compradores devem ser intensificadas nas próximas duas semanas, antes da retomada assembleia, para que antes lá o nome já seja de conhecido dos credores. O que proporcionou novo fôlego para solucionar a situação da empresa foi a decisão judicial que obrigou a Agência Nacional de Energia Elétrica a recalcular a Receita Anual Permitida dos projetos ainda em construção. A equipe que trabalha na recuperação da Abengoa salientou na assembleia que já estão identificando interessados por estes projetos, que os estão analisando com interesse aguçado. A Abengoa alegou que o cenário econômico agora é outro do da época do certame. A Aneel está recorrendo da decisão, que está em segunda instância.

Outro aspecto apontando foi que a venda dessas linhas vai fazer com que os canteiros de obras em vários estados sejam reabertos, uma vez que eles estão paralisados no momento. Algumas passam por mais de um estado, sendo consideradas ativos estratégicos. A transmissora já tinha realizado investimentos neles até a interrupção dos seus trabalhos. A falência da Abengoa chegou a impedir a inscrição de projetos eólicos e solares no estado da Bahia em leilões de energia no ano passado. O LER 2016 acabou não se realizando, mas a falta das linhas da Abengoa gerou críticas de agentes do estado, quando o leilão ainda não havia sido cancelado.

Em maio, o diretor-geral da Aneel Romeu Rufino afirmou à Agência Canalenergia que a demora nesse caso poderia fazer com que esses lotes em construção se tornassem desnecessários, uma vez que soluções de conexão vinham sendo tomadas para escoar a energia represada. A usina de Belo Monte (PA- 11.233 MW) pode ter problemas para escoar toda sua energia por necessitar de linhas da Abengoa para isso. A Aneel deseja a relicitação dos contratos, devido à demora nos prazos.

A transmissora tem sete linhas de transmissão em operação no Brasil, que são consideradas ativos atraentes pelo mercado. Desde que começou a sua derrocada no Brasil, a grande dificuldade da Abengoa foram os seus lotes ainda em construção, que sempre foram considerados de baixo retorno financeiro. Players como a chinesa State Grid e Brookfield foram cogitados como compradores, mas a RAP dos lotes greenfield atrapalhava a conclusão do negócio.

Durante a assembleia, muitos credores se queixaram da situação em que a empresa espanhola deixou os seus fornecedores e prestadores de serviço, espalhados em vários estados do país. Com canteiros de obras abandonados, muitos se queixaram da deterioração de material nos locais e até mesmo se eles teriam condições financeiras de estar em atividade até a retomada da assembleia.