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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) planeja substituir até 2020 os modelos computacionais hoje são utilizados no planejamento e na programação eletroenergética do país, disse o diretor-geral do órgão, Luiz Eduardo Barata.
O novo modelo buscará representar as usinas de forma individualizada e em base horária, capturando as incertezas da operação ao representar adequadamente as fontes intermitentes e a rede de transmissão.
“Estamos trabalhando para poder dispor a partir de 2020 de um novo modelo para o estabelecimento da política de operação e cálculo de preço”, disse Barata aos agentes do setor elétrico durante reunião realizada em São Paulo, na última terça-feira, 13 de junho.
Segundo o executivo, as mudanças da matriz elétrica (expansão das fontes eólica, solar e hidrelétrica sem reservatório) aumentaram a complexidade da operação do Sistema Elétrico Nacional (ONS), que historicamente foi caracterizado por uma operação centralizada, suportada por grandes hidrelétricas com reservatórios e termelétricas. Além disso, as mudanças do regime hidrológicos no país têm contribuído para reduzir a produção das hidrelétricas.
Em 2016, a matriz elétrica brasileira alcançou 142 GW de capacidade instalada, com predominância das fontes hidráulica (71,5%), gás/GNL (8,7%) e eólica (6,8%). Em 2021, a expectativa é que a matriz atingia 166,5 GW, com as hidráulicas perdendo participação para as fontes eólicas e solar.
Resposta da Demanda
Barata defendeu a “implantação imediata” do mecanismo de resposta de demanda no Brasil. Na avaliação do ONS, o mercado brasileiro “está maduro” para iniciar o uso desse mecanismo, que visa incentivar o consumidor de energia a contribuir para a redução dos custos da operação.
O ONS vem trabalhando em um projeto-piloto em conjunto com a Aneel, Abrace, CCEE e EPE para implantação do mecanismo de resposta da demanda ainda no segundo semestre do ano, com previsão de duração de 18 meses.
A ideia é incentivar a participação do consumidor tanto para reduzir a carga nos horários de ponta do sistema quanto para mitigar a intermitência das fontes eólicas ao longo do dia. A Agência Nacional de Energia (Aneel) deverá abrir audiência pública para regulamentar a execução do projeto.
Para Barata, a inovação e a tecnologia devem ser a pauta do setor elétrico brasileiro para fazer face às evoluções que têm sido percebidas no mundo.