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O mercado solar fotovoltaico no Brasil deverá atingir até R$ 313 bilhões nos próximos 10 anos, dos quais R$ 112 bilhões só em geração fotovoltaica. O montante é destacado no primeiro relatório de mapeamento da cadeia de valor da energia solar fotovoltaica no Brasil, divulgado na última terça-feira (13). O estudo, produzido por Sebrae, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Organização dos Estados Iberoamericanos e auditado pela Clean Energy Latin America, aponta que a fonte solar pode representar 32% da matriz elétrica nacional em 2040, com 75% da capacidade instalada proveniente de geração distribuída e o restante de geração centralizada.

O trabalho é pioneiro no Brasil e mapeia desde o potencial solar fotovoltaico no país até projeções para o segmento na matriz elétrica brasileira, passando por pontos como panorama de investimentos, arcabouço regulatório e fiscal, programas e incentivos, alternativas de financiamento, tendências tecnológicas e de mercado e movimentações estratégicas dos principais players. Em relação ao crédito, o relatório mostra que a cadeia de valor da energia solar fotovoltaica no Brasil possui 69 linhas disponíveis, sendo a burocracia e as restrições para financiamento de equipamentos importados os maiores gargalos de financiamento no segmento.

Atualmente o Brasil conta com mais de 1.600 empresas atuantes no segmento solar fotovoltaico, com oito montadoras de módulos fotovoltaicos, um fabricante de células fotovoltaicas, pelo menos 11 fabricantes de inversores e cerca de 400 fabricantes de outros equipamentos e componentes, além de mais de 1.000 fornecedores de serviços. Em relação ao preço final da energia, o estudo diz que a micro e minigeração solar atingiu a paridade tarifária em 44 distribuidoras do país, o que representa 75% dos consumidores brasileiros de baixa tensão. O custo da energia solar fotovoltaica no mundo caiu mais de 80% entre 2009 e 2016.

Os sistemas fotovoltaicos com módulos montados no Brasil, de acordo com o estudo, são em torno de 20% mais caros dos que os importados. Impostos não recuperáveis, mão de obra, encargos trabalhistas, frete de importação de componentes e obrigações de investimento em P&D estão entre os fatores que contribuem para discrepância de custo. Apesar de ser competitivo comparado com o mercado internacional em alguns elos da cadeia de valor, o Brasil ainda tem gargalos a destravar, como acesso a financiamento, carga tributária, qualificação da mão de obra, tamanho reduzido do mercado, infraestrutura logística e riscos cambial e regulatório.