A Fitch Ratings atribuiu na última quarta-feira (14) o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ à proposta de 3ª emissão de debêntures da Itarema Geração de Energia S.A., no montante de até R$ 111,8 milhões, com vencimento em dezembro de 2028. As debêntures têm pagamentos semestrais de juros e principal, que se iniciarão em dezembro de 2017. Parte dos recursos será destinada ao reembolso de gastos, despesas e dívidas incorridas no âmbito do projeto durante prazo inferior ou igual a 24 meses.
O rating reflete a mitigação do risco de ramp-up do projeto, por meio de fianças bancárias, a existência de um satisfatório estudo de ventos, apesar de o spread entre o volume de energia projetado a P-90 de um ano e o projetado a P-50 ser superior a 16%, além das características dos contratos de compra e venda de energia (PPAs) de Leilões de Energia Nova. (LENs). Nestes contratos, eventuais déficits de geração de energia são liquidados ao preço de liquidação de diferenças (PLD).
O projeto se beneficia de contratos de compra de energia no ambiente regulado (CCEAR ou PPA) de vinte anos, com 37 distribuidoras. Esses contratos contam com preços fixos, reajustados anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de 12 meses. Por outro lado, os déficits de produção são precificados ao PLD, preço spot da energia, cujo efeito nas receitas é mitigado pelo mecanismo quadrienal de compensação.
A expectativa no cenário-base da Fitch (P-50) é de que em 2017, primeiro ano completo de operação, a receita líquida do projeto atinja R$ 135 milhões, com EBITDA de R$ 102 milhões. O projeto deve encerrar 2017 com dívida total de BRL826 milhões e índice caixa/contas reserva de R$ 107 milhões, o que resulta em relação dívida líquida/EBITDA de 6,96 vezes.
As mesmas premissas foram utilizadas no cenário de rating, à exceção da geração, que foi assumida em P-90 de dez anos, em vez de em P-50. No cenário-base da Fitch, os DSCRs mínimo e médio são de 1,11 vez e de 1,48 vez. No cenário de rating, os DSCRs mínimo e médio são de 1,11 vez e 1,31 vez. Os breakevens de geração, O&M das torres e de outros custos variáveis, como O&M elétrico e seguros, são de 16,5%, 133% e 280%, respectivamente.