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A multinacional alemã Siemens lançou no país uma nova área dentro da organização, chamada de Energia Distribuída, o anúncio não teve grande alarde, mas sua atuação promete integrar uma série de produtos e soluções que a companhia já fornece aos seus clientes. A meta é a de atender a sistemas de geração de energia que estão no centro de carga que vão de uma faixa de potência entre 100 Kw a 100 MW em fontes alternativas e renováveis. Esse segmento abrange não somente os investimentos em sistemas de geração distribuída, mas outros que se enquadram em autoprodução.
O diretor dessa divisão da Siemens, Guilherme Mattos, conta que essa é uma iniciativa global da companhia que começou no seu país de origem e vem sendo difundida por diversos países. A companhia vê uma tendência cada vez maior de crescimento na demanda por sistemas de geração mais próximos do centro de consumo e por isso crê em uma oportunidade de crescimento nesse campo, uma vez que possui um portfólio do início ao fim dessa cadeia.
“A empresa entende que a energia distribuída é um mercado que vai aumentar sua participação na matriz elétrica de todo o mundo, praticamente dois terços da demanda de 2030 deverá vir de sistemas nessa modalidade”, indicou Mattos em entrevista à Agência CanalEnergia.
Esse nicho de mercado é visto como a oportunidade de crescimento uma vez que o país não tem apresentado demanda em leilões de energia nova ou de reserva. E como esse mercado de energia distribuída está em um patamar inicial, representa esse caminho, uma vez que os investimentos por parte da iniciativa privada fazem cada vez mais sentido econômico com o intuito de reduzir o custo da energia ao buscar maior eficiência. A concorrência com o mercado livre não assusta ou preocupa, isso porque o perfil dos clientes potenciais é outro do que aqueles atendidos pelo ACL.
Mattos não revela o tamanho do mercado estimado pela Siemens, afirma que são projeções internas, mas que depende muito da disposição das empresas em investirem. Os equipamentos pode ser importados ou nacionais, esses, inclusive, elegíveis ao Finame do BNDES. Outra fonte de recursos é o externo ou da própria multinacional em casos esporádicos para clientes com risco classificado como AAA.
Ele admitiu que essa é uma nova fronteira para a companhia em função da forma como atuar junto aos clientes, que será de maneira específica a cada projeto, oferecendo não somente produtos de forma isolada mas soluções, estudos de viabilidade e até, em alguns casos financiamento. A divisão que comanda, acrescentou fará a integração com as outras divisões da Siemens para viabilizar esses sistemas, seja em equipamentos de transmissão, geração por mio de turbinas, armazenamento, energia solar, cogeração a biomassa e biogás entre outros.
O foco da empresa é atender em um primeiro momento indústrias. Outro segmento que pode entrar no escopo da área é o comercial. O residencial está descartado. A divisão atuará não somente nos grandes sistemas, mas também na micro e mini geração distribuída. A estimativa é de que dentre essa faixa de potência o maior volume de pedidos deverá ser estabelecido entre 1 a 20 MW.
Apesar dessa estimativa de projetos acima dos limites estabelecidos pela Aneel para que sistemas sejam enquadrados na REN 687, Mattos não descarta uma grande demanda por projetos de até 5 MW. Segundo ele, não seria difícil que essa faixa de projetos surpreende-se a companhia em termos de pedidos, uma vez que a regulação para a geração distribuída está aquecendo esse mercado.
Na parte solar, relacionou o executivo da Siemens, a empresa tem a intenção de entrar com soluções tecnológicas e serviços. Em biomassa os projetos consistem não somente na eletricidade, mas também em fornecimento de vapor para as atividades industriais.