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Aproveitando as variações na Geração Distribuída que a resolução 687 da Agência Nacional de Energia Elétrica proporcionou, a Ebes desenvolveu na cidade de João Pinheiro, em Minas Gerais, a primeira fazenda solar do país. Com investimento de R$ 5,5 milhões e potência de 1 MW, a intenção é aproveitar o forte potencial solar da região e assim oferecer, por meio de uma usina comum a todos, GD para consumidores da classe comercial que sem viabilidade técnica, não poderiam se aproveitar da modalidade. Cada consumidor contrata um lote e usa a energia que ele gera. De acordo com Rodolfo Molinari, diretor da Ebes, a meta é ter em torno de 100 a 150 consumidores no projeto. “O que a gente faz aqui é unir um pool de consumidores através de um modelo de geração compartilhada. Os clientes pagam a locação de uma parcela de potência da usina para se beneficiar da energia que ela vai gerar”, explica.

Essa primeira usina será dedicada apenas a consumidores da classe comercial. A campanha de atração de clientes começou no início do mês e já conta com interessados. O tíquete médio do público-alvo é de 1.000 a 2.000 kWh por mês. A adesão à fazenda poderá ser feita por meio da assinatura de dois planos. Em um plano, sem necessidade de fidelidade, é oferecido o monitoramento por meio de plataforma eletrônica do consumo e geração de energia, além  de suporte técnico. No outro, há tudo isso acrescido da possibilidade de redução de até 10% dos gastos com energia e dicas de consumo e economia. Para Molinari, ao oferecer esse modelo de negócio na adesão, a Ebes quis destravar dois desafios que a GD enfrenta no país: o financiamento e a viabilidade técnica. “É um plano muito mais para massificar uma energia que é limpa e trazer algumas questões de controle de consumo de energia. O consumidor sempre teve muita dificuldade de entender o que ele paga”, avisa.

Para o diretor da Ebes, já há certo conhecimento dos consumidores sobre a geração distribuída. Mas no momento de explicar os detalhes é que começam a surgir as dúvidas, principalmente no que toca como fica a relação com a concessionária, muito cristalizada no Brasil. “Deixamos claro que tudo é feito em parceria com a distribuidora, que é a responsável operacional pela rede de distribuição”, aponta. O momento de tarifas de energia mais altas é considerado pelo executivo como propício para a massificação da GD, já que a fazenda oferece sem a necessidade de investimento, uma economia para consumidores como padarias e escritórios, que tem na energia gastos relevantes. “Quando trouxemos algo que não precisa fazer o investimento, isso atrai o consumidor”, revela Molinari.

O trabalho de divulgação da geração distribuída é na opinião do executivo, similar ao que foi feito pelas comercializadoras de energia quando da abertura do ambiente de contratação livre. Ainda este ano a fazenda deve ampliar a sua capacidade para 5 MW, ficando no limite regulatório estipulado pela Aneel. As obras começam em julho. A Ebes projeta até o fim de 2018 ter mais 100 fazendas desse tipo, que devem demandar investimentos de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões. A implantação da fazenda solar em João Pinheiro gerou de 20 a 25 empregos. As placas fotovoltaicas usadas foram fornecidas pela Canadian Solar. Já os inversores vieram de fabricantes europeus, enquanto as estruturas são de parceiros locais.

Já com a expertise da instalação de empreendimentos solares, a Ebes atuou na construção da usina de Tanquinho, em parceria com a CPFL, em 2011. Ela própria constrói todos os seus projetos. A capacitação é um tema que fala forte na empresa, que possui equipe de engenharia especializada e certificada para o assunto. Conselheiro da Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica e diretor da Associação Brasileira de Geração Distribuída, Molinari elogia as parcerias que as associações vêm fazendo com entidades como o Senai para capacitação de mão de obra do setor no país. “O mercado solar vem crescendo de forma exponencial, essas iniciativas vão ajudar a atender o crescimento da demanda”, aponta.