Visto como o menos impactante dos combustíveis fósseis para a geração de eletricidade, o gás natural terá que ser eliminado juntamente com o carvão se o mundo quiser limitar o aquecimento a 1,5˚C, conforme explicado no objetivo de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris. O alerta é dado pelo relatório, intitulado “Tirar o pé do gás: o aumento da confiança no gás natural no setor de energia apresenta o risco de um bloqueio de emissões”, lançado pelo instituto Climate Action Tracker (CAT) e voltado para analisar especificamente a presença do gás no setor de energia elétrica.
O CAT prevê um papel cada vez menor para o gás natural no setor de energia em meados do século, não só para atingir os objetivos do Acordo de Paris, mas também devido à crescente concorrência com as energias renováveis. A perspectiva desafia as projeções que preveem um aumento no consumo do combustível, amparados nos investimentos significativos na infraestrutura de gás natural aportados pelos governos e pelas empresas. O cenário ignora o crescente papel das alternativas de baixo carbono e a necessidade de reduzir as emissões para combater as mudanças climáticas.
Embora as emissões de plantas de gás possam ser reduzidas em até 90% com Captura e Armazenamento de Carbono, o trabalho aponta que isso não é suficiente para a descarbonização total. Mesmo que essas taxas de captura possam ser aumentadas, o custo do gás com CCS provavelmente não será competitivo com fontes renováveis e uma grade flexível, disse o CAT. Muitas projeções para o uso de gás natural não apenas não consideram a necessidade de descarbonização completa em três décadas como também ignoram o crescente papel das alternativas de baixo carbono. Para acessar o estudo, em inglês, clique aqui.