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A Eletrobras concluiu os primeiros estudos visando o aproveitamento do potencial hidrelétrico de países situados ao norte da América do Sul, através da construção de um ramal de escoamento para o Brasil. Chamado de Arco Norte, o projeto – ainda em fase embrionária – se baseia na construção de uma linha de transmissão de 1.800 km de extensão saindo de Roraima e chegando ao Amapá. O desenho do empreendimento prevê que, no seu trajeto, ele passe pelos territórios da Guiana, Suriname e da Guiana Francesa, onde seriam construídas usinas hidrelétricas que produzirão a eletricidade transportada pela linha.

De acordo com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, Armando Casado, ainda não há a indicação de quantas usinas seriam construídas nem das capacidades, tampouco do custo total estimado para o projeto. “O que concluímos agora foram os estudos de pré-viabilidade. Esse foi o primeiro passo de um processo que envolve ainda inventário, projeto básico, projeto executivo, levantamentos ambientais e fundiários. Fizemos apenas a primeira etapa”, explicou Casado, ao participar nesta quinta-feira (29) do Seminário de Interligação Global de Energia na América do Sul, no Rio de Janeiro.

Apesar de Casado reforçar que o estudo não apresenta o potencial de geração, a Empresa de Pesquisa Energética estima que o projeto possa desenvolver até 4.500 MW em novas usinas nos países vizinhos. A projeção foi mostrada pelo superintendente de Transmissão de Energia da estatal, José Marcos Bressane, durante palestra no mesmo evento. O estudo de pré-viabilidade do projeto do Arco Norte foi executado pela Eletrobras e coordenado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que financiou o trabalho com aproximadamente US$ 2 milhões. A intenção é que os estudos restantes sejam concluídos até 2022.

O seminário, realizado nas instalações da State Grid Brasil Holding, contou com a participação de organizações internacionais e regionais e também de órgão governamentais. Entre as instituições presentes estavam Comissão Nacional de Energia do Chile, Ministério de Energia da Argentina, Embaixada da China no Brasil, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Comunidade Andina de Nações e Unasur. O evento teve como foco principal a discussão em torno das possibilidades reais para interconexão e integração energética entre os países latino-americanos, com ganhos de mercado para a região.

Para o representante do Comitê Brasileiro da Comissão de Integração Energética Regional, Paulo Roberto Freitas Fonseca, uma das vantagens competitivas da região é a abundância na oferta de recursos renováveis complementares na produção de energia, entre regimes de bacias, de ventos e a insolação. O especialista considera a integração entre nações um elemento de política energética muito mais seguro e eficiente que políticas isoladas de autossuficiência. “Muitas vezes os planejamentos nacionais não incluem a integração como um fator para a segurança energética dos seus mercados”, observou.