A realização de leilões de energia foi o coro na cerimônia de abertura do Brasil Solar Power, realizada nesta quarta-feira, 5 de julho, no Rio de Janeiro (RJ). No ano passado, não foram realizados leilões e esse ano, embora o governo venha sinalizando que acontecerão, nada está decidido pela área técnica. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que participou da abertura, foi um dos que se posicionaram. “A primeira luta é pela realização de leilões todos os anos”, afirmou. O estado é um dos que mais possuem projetos solares no país e também vem se destacando na fonte eólica.
Quem também pediu leilão de energia foi o secretário de desenvolvimento econômico da Bahia, Jaques Wagner. Ele ressaltou para a necessidade do planejamento, que segundo ele, quando foi posto de lado, resultou no racionamento de energia em 2001. Ele prega o investimento em fontes de energia mais renováveis, como a solar e eólica, em lugar de energia térmica. A Bahia tem mais de 30% dos investimentos na fonte solar no país e quer a presença da cadeia industrial no estado, assim como é com a eólica, criada no estado quando Wagner era o govenador. “Não podemos perder este momento”, alertou.
Quem também se colocou à disposição para colaborar foi Marconi Perillo, governador de Goiás. Segundo ele, o Fórum de Governadores vai preparar um texto e vai fazer a proposta para o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. O estado desenvolve o Goiás Solar, conjunto de políticas públicas para a fonte. No fim do mês, foram entregues 149 casas populares com placas fotovoltaicas para geração distribuída. O FCO Sol, linha de crédito disponível similar ao FNE Sol, já foi aprovado e deverá estar disponível em breve. Ele também quer que o Banco do Brasil disponibilize crédito para pessoa física no modo consignado. Ele vai se reunir em Brasília nesta quarta-feira, para debater o assunto.
A Associação Brasileira de Energia Solar e Fotovoltaica quer que o Brasil alcance a marca de 30 GW até 2030 e alcance o bloco dos maiores geradores da fonte. A projeção foi feita na cerimônia de abertura do Brasil Solar Power. Em 2017, foram implantados 75 GW solares no mundo. A China liderou, com 34 GW, sendo seguida pelos Estados Unidos, com 14,7 GW instalados. O Japão vem atrás, com 8,6 GW e logo abaixo estão a Índia, com 4 GW e o Reino Unido, com 2 GW. De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente executivo da associação, o Brasil, que tem 3,3 GW contratado, deve chegar ao fim do ano chegando ao 1 GW, o que o levaria a um outro patamar. “Se confirmar esse volume, o país fica entre os 30 maiores do mundo”, afirma. O executivo lembrou que a fonte solar já gera 3 milhões de empregos no mundo e que no Brasil o número ainda é muito baixo, tendo potencial para crescer
Sauaia elogiou as iniciativas de governos estaduais de inserir sistema de geração distribuída solar em habitações populares. São Paulo quer entregar 51 mil residências e também investe na capacitação. Ele também pediu linhas de crédito eficientes, como o FNE Sol, lembrando que há dezenas de linhas, mas nem todas são eficientes. Para ele, é preciso que todos tenham oportunidade de financiamento. A associação voltou a pedir contratação anual de 2 GW para fomentar a produção e atração de cadeia de suprimentos. Segundo ele, o pais está cerca de 15 anos atrasado em relação aos mais desenvolvidos e tem perpectivas bastante positivas.