A Empresa de Pesquisa Energética divulgou o relatório síntese do Balanço Energético Nacional 2017, com os dados da oferta, transformação e consumo final de produtos energéticos no Brasil, tendo por base o ano de 2016. O documento traz um conjunto de dados que serão detalhados no relatório final do BEN 2017, a ser disponibilizado pela EPE para divulgação ainda este ano.

A oferta interna de energia atingiu 288,3 milhões de toneladas equivalentes de petróelo (Mtep), redução de 3,8% em relação a 2015, acompanhado, assim, o fraco desempenho do Produto Interno Bruto, que contraiu 3,6%. Segundo a EPE, a retração da oferta interna de petróleo e derivados (-5,6%), aliada ao recuo de 13,2% do gás natural foram fatores determinantes para a queda da ofertal total de energia.

Já o comportamento da oferta de energia elétrica foi no sentido oposto, com alta de 0,7%, em consequência do aumento da importação de Itaipu que cresceu 18,7%. A EPE salientou que as condições hidrológicas, após quatro anos de estresse, foram favoráveis, o que acarretou em um aumento da energia hidráulica disponibilizada. Em 2016, o acréscimo foi de 7% comparado ao ano anterior.

Essa maior oferta hídrica, aliada à expansão da geração eólica, contribuiu para o avanço da participação de renováveis na matriz elétrica de 75,5% para 81,7%. A geração eólica cresceu 54,9% para 33,5 TWh. A EPE notou ainda a micro e minigeração distribuída, que atingiu 104,1 GWh com uma potência instalada de 72,5 MW. A maior parte é solar fotovoltaica, com 53,6 GWh e 56,9 MW.

A participação de fontes renováveis na matriz energética do país chegou a 43,5% em 2016, a maior proporção desde 2012 (42,3%). Na matriz elétrica, a hidreletricidade ampliou a participação para 68,1%, ante 64% em 2015. A energia eólica teve alta importante também passando de 3,5% para 5,4%. Já o gás natural reduziu a participação na matriz elétrica de 12,9% para 9,1%, assim como os derivados de petróleo, queda de 5,9% para 3,7%.

Com isso, a participação das renováveis na matriz elétrica chegou a 81,7%, a maior participação desde 2012, quando teve 84,5%. A oferta total de energia elétrica chegou a 619,7 TWh, sendo 421,7 TWh, hidráulica.

O consumo final, energético e não energético, caiu 2,2% em relação ao ano anterior. Os setores que consomem mais energia – industrial e transportes – apresentaram recuos de 1,1% e 1,6%, respectivamente. Os setores agropecuário e energético também registraram quedas significativas de 10,4% e 5,3%.