Com muitos cursos em vários níveis envolvendo as energias renováveis, mas sem tantos alunos, a Rede Federal de Educação, por meio dos Institutos Federais quer se aproximar mais da fonte solar. Ela criou o programa EnergIF, composto por um conjunto de ações que vão ser desenvolvidos pelos reitores e pela própria diretoria de desenvolvimento da rede nas unidades em eixos como Infraestrutura, Formação Profissional; Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Empreendedorismo; Gestão de Energia e Engajamento e Difusão. “Isso foi um diagnóstico nosso, do que a gente precisava fazer para estimular e melhorar o uso dessa nova energia e ganhar em formação profissional”, afirma Marco Antônio Juliatto, assessor especial da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, que participou de painel no Brasil Solar Power, na última quinta-feira, 7 de julho, no Rio de Janeiro (RJ).

Dentre as ações estão o apoio a compra de equipamentos de infraestrutura para treinamento e geração por fontes renováveis; implantação de cursos pilotos em energia solar, biogás, eólica e eficiência energética; capacitação de docentes, acompanhamento para certificação em renováveis; promoção de parcerias para a implantação de centros de treinamento e realização de cursos e divulgação dos novos cursos em Energias Renováveis e Eficiência Energética e apoiar a sua implementação na Rede Federal. As unidades federais do Nordeste são as que devem colher mais frutos da inciativa, uma vez que muitos professores se qualificaram.

Os institutos federais iniciaram um programa de compra de 82 usinas solares para geração distribuída, que além da função econômica da redução na conta de energia, vão auxiliar na formação dos alunos em cursos. “Os professores de eletrotécnica fizeram cursos de especialização em energias renováveis e agora estão com as grades prontas para passar a oferecer. Placas viram laboratórios fotovoltaicos”, explica. Os cursos serão oferecidos a partir do segundo semestre. Hoje o número de usinas está em 116. Mais de 70 docentes da rede foram capacitados.

A capacitação da mão de obra, um dos maiores desafios do setor fotovoltaico, principalmente da geração distribuída, vem sendo exitosa nos Estados Unidos, mais precisamente no estado da Califórnia. A região se notabilizou por ser um grande polo de GD. Jennifer Kropke, diretora da Força de Trabalho e Engajamento Ambiental do International Brotherhood of Electrical Worker, conta que por lá foi feito um centro de treinamento, com a união de empresários e sindicatos. Os aprendizes passam por cursos.

No Brasil, a preocupação é com a fiscalização. Segundo Ana Azevedo, vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, a empresa que tem atividade de engenharia deve ter o CNPJ registrado no conselho e assim ser alvo de fiscalização. A americana alertou sobre o desafio de proteção da segurança dos trabalhadores, uma vez que o sem qualificação adequada, há risco de curtos e explosões. Ela também pediu a união do setor para os empregos do futuro, baseados na sustentabilidade. “Nós queremos mais vagas e bons salários. Temos que pensar na transição energética e ter um papel proativo na área de energia.