A Cemig mantém firme seu propósito de vender a Light e a sua participação na UHE Santo Antônio (RO – 3.750 MW), no rio Madeira. Em conferência com investidores realizada na manhã desta segunda-feira, 10 de julho, o diretor de relações com investidores da empresa, Adésio Almeida Lima, revelou que a negociação na usina de Rondônia é a mais próxima de ser concretizada e que há mais de dez interessados na empresa carioca, começando essa semana a fase de road shows e data room para ela. ” A Light é o ativo mais relevante. Temos firmeza na venda. Ela é fundamentalmente importante, temos que dar todo o foco”, afirmou o executivo.
No fim de junho, a Cemig divulgou que a chinesa Spic Overseas havia feito proposta para a compra de participação na Saesa. Segundo o executivo, já estão sendo analisados os contratos de compra e venda para que órgãos de regulação como o Conselho de Administração e Defesa Econômica e a Agência Nacional de Energia Elétrica possam conceder as autorizações necessárias para a conclusão da operação. Lima ressaltou que a venda dos ativos tem como objetivo reduzir o endividamento da Cemig. Em 20 dias, Lima acredita que um novo perfil da dívida já esteja feito junto aos bancos, que tem se mostrado receptivos na negociação.
Ainda sobre a venda da Light, Lima enfatizou que pode haver negociação sobre a venda da área de geração e da área de distribuição em separado, embora existam ofertas para a compra integrada da empresa que atua na distribuição na região metropolitana do Rio de Janeiro e tem um parque gerador. O que Adésio Lima deixou claro na conferência foi que a Cemig quer se desfazer de toda sua participação na Light. “Não ficaremos com uma ação”, enfatiza. Está sendo decidido se o modelo de venda será similar ao da Celg (GO), com pregão, vendida no fim do ano passado.
Sobre outros ativos e participações colocadas à venda, Lima disse que a venda na participação da Renova Energia deve ser concluída em até 60 dias, mas que ela não representa um grande impacto no caixa da companhia e vai eliminar a necessidade de aportes de capital. Já a venda de 19% de participação na Taesa está ligada a operação de venda da Light, devido a uma cláusula de contrato que envolve liquidez e opção de compra. As possibilidades de venda do controle da Taesa e Cemig-D foram afastadas pelo executivo. A ISA, que adquiriu participação na Taesa, já atua na governança da transmissora.
Os 49% da Gasmig que entraram no programa foram considerados por Lima como o terceiro ativo mais importante. Segundo ele, a venda de toda a empresa é difícil porque ela envolveria a aprovação na realização de um plebiscito no estado, o que seria difícil no atual ambiente político. “Até o fim do ano devemos ter algo relevante sobre a venda da Gasmig”, avisa. Lima frisou que o apetite dos investidores tem se mostrado intenso. “Mesmo o país passando por crise, todo dia tem demanda de investidores”, concluiu.