Estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro mostra que a qualidade de energia no estado apresentou piora nos últimos cinco anos. Em 2011, o DEC médio do estado era de 22,94 horas e em 2016, o índice aumentou para 25,28, revelando aumento de 10,2%. A frequência das interrupções também seguiu trajetória de piora. O FEC do estado em 2011 era em média, de 12,10 vezes, enquanto em 2016 chegou a 13,45 vezes, subindo 11,1% no período. O estado é atendido majoritariamente por três distribuidoras: Light, Enel Distribuição Rio e Energisa Nova Friburgo.

O estado ficou bem abaixo da média nacional de 2016, que vem caindo no último ano. O DEC nacional caiu de 18,61 para 15, 82 em 2016. Já o FEC recuou de 11,21 para 8,87 vezes. Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria 2016 revelou que dois terços das indústrias registram prejuízos por causa de falhas no fornecimento de energia.

A má qualidade do fornecimento nas várias regiões do estado fica evidenciada quando se mostra o mapeamento por região. A capital tem o melhor desempenho, com 11,45 horas e FEC de 6 vezes. O pior resulto fica com a região Serrana, que tem DEC de 30,43 horas e FEC de 18,54 vezes. De acordo com Tatiana Lauria, especialista de estudos de Infraestrutura do Sistema Firjan, o DEC o estado está abaixo da média nacional, de 15 horas, o que reflete a necessidade de um novo olhar. “A qualidade da energia precisa ser vista como uma questão não só energética, mas econômica e industrial, para melhorar a competitividade”, afirma.

O estudo pede que os investimentos nas cidades com pires resultados sejam elevados. O mapeamento mostra que Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Friburgo e São João de Meriti têm DEC entre 0 e 10,99 horas. A maioria das cidades ficou alocada na segunda pior classificação, de 20,99 e 30,99 horas. No FEC, a maioria dos municípios ficou segundo melhor patamar, que fica de 10,99 a 15, 99 vezes sem energia. As melhoras são Mesquita, Nilópolis, Belfort Roxo e Nova Friburgo estão entre as melhores. No rol das piores estão Mangaratiba, com 21,58 horas; Areal, com 25,18 e Angra dos Reis, com 21,56.

A avaliação mostra que o nível da qualidade depende de decisões da distribuidora responsável pela área de atendimento. A Federação recomenda que a regulação deva ser aprimorada, de modo a reconhecer investimentos feitos pelas concessionárias, como os de fiações subterrâneas e tecnologias inteligentes. A criação de indicadores que façam a medição abaixo de rês minutos também seria fundamental para a classe industrial, uma vez que interrupções de 30 segundos e de um minuto são suficientes para causar danos em linhas de produção e equipamentos.

Outras recomendações são a de dar transparência no conjunto das classes de consumo; ampliar o acesso dos consumidores industriais ao mercado livre; dar condições para o desenvolvimento de um mercado de energia com qualidade e preço próprio para a indústria, além da expansão das redes inteligentes e smart grids. A especialista pede um debate mais forte. “Consumidores têm que mostrar que não estão satisfeitos”, aponta.