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No final do ano passado, o presidente da EDP no Brasil, Miguel Setas, apontava a criação da EDP Solar como a nova iniciativa da companhia para o crescimento da empresa no país. Agora, pouco mais de oito meses depois, a empresa, que atua em geração distribuída, está revisando seu plano de negócios após obter em seis meses de atuação o que esperava obter em um ano. Atualmente a demanda já contratada está em cerca de 16 MWp de capacidade e nesse tempo já passou por uma revisão de estratégia, resultado da mudança de perfil do mercado nacional.

Segundo o Carlos Eduardo Fontoura, diretor da EDP Solar, desde março que a companhia vem atuando no mercado nacional com maior foco em aluguel de projetos. Ele explica que houve uma mudança no perfil do mercado nacional onde os clientes não possuem uma disponibilidade de recursos para investimento em sistemas de geração solar ante a perspectiva de retorno que se tem atualmente.

“Com a crise, as empresas não tinham capital para investir em um empreendimento que te dá um payback que pode chegar  em seis anos. Isso trouxe a mudança de perfil do cliente”, explicou o executivo. “Agora a maior tendência é de um modelo de aluguel de cotas de fazenda solares, um comportamento que vimos nos Estados Unidos ainda em 2008 com a crise do subprime e por aqui o cliente teve o mesmo comportamento, a GD permite que o ponto de consumo não esteja efetivamente no local da geração o que facilita esse modelo”, comentou Fontoura.

Apesar desse fator, contou ele, a empresa mantém em paralelo os dois segmentos de comercialização de sistemas na EDP Solar. No nicho de vendas a empresa pode atuar desde o projeto até a operação e manutenção do empreendimento. Sendo classificado como geração distribuída ou autoprodução. Inclusive, estão em andamento com um projeto de telhado solar de 1,33 MWp de capacidade, segundo seus cálculos, o maior no segmento de autoprodução solar fotovoltaica do país.

Além disso, está em curso uma negociação que pode aumentar ainda mais a capacidade instalada vendida pela companhia. A EDP Solar está trabalhando em uma proposta que pode chegar a uma capacidade de 16 MWp de um autoprodutor. Contudo, Fontoura não revelou detalhes do projeto ou dessa negociação.

No mercado de aluguel, há oito projetos em desenvolvimento no país com uma capacidade instalada que pode chegar a 16 MWp instalados. E esse volume pode mudar de acordo com que avance os pedidos de clientes por novas cotas. Todos esses projetos estão localizados em terra, mas a empresa não descarta aproveitar a área de reservatórios de diversas usinas que possui para instalar empreendimentos flutuantes. A perspectiva é de que essas implantações possam ser iniciadas ainda no segundo semestre do ano. Um dos pontos que ainda não levou a geração solar para os reservatórios, explicou, é a impossibilidade do tracker para acompanhar o movimento do sol, um dispositivo que aumenta o fator de capacidade em países cuja localização está próxima da linha do equador.

A tendência é de que o mercado nacional apresente maior demanda mesmo é pela modalidade de aluguel. “No Brasil, o mercado de vendas diretas não deve ocorrer como nos Estados Unidos porque a estrutura social aqui e diferente, as cidades são maiores que a média americana e o fato das pessoas não terem a cultura de morar, às vezes a vida inteira, no mesmo lugar acaba sendo uma forma de não incentivar o investimento em um sistema que depois ou você deixa ou tem que levar consigo”, descreveu. “Com o aluguel podemos fazer o mesmo procedimento que uma TV a cabo ou qualquer outra conta de consumo, pois o endereço muda com a geração feita em um local diferente do consumo, é um processo simples”, descreveu.

Fontoura não revela o tamanho do mercado que a empresa projeta no Brasil, até porque as projeções que foram feitas até hoje se mostraram menores do que a realidade. “A solar é a energia do futuro e queremos estar à frente como líderes do mercado” discursou ele sem revelar qual seria a participação almejada.

Nesse sentido, argumentou, a empresa vem desenvolvendo um novo plano de negócios para apontar novas metas para o futuro, até porque a velocidade do mercado tem sido maior que a esperada. Ele exemplificou que no caso da EDP Solar os números estimados para três anos foram alcançados em seis meses de atuação. “Esse debate que temos, de saber qual é o tamanho do mercado no futuro”, reforçou. Para atender a esse crescimento de demanda a empresa está em vias de aumentar sua capacidade de instalação de sistemas. Atualmente, disse, é de 266 kWp/ dia, por meio de dois instaladores homologados pela empresa, em breve, disse terá mais um terceiro o que elevará a 399kWp/dia de capacidade.