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As associações que representam os investidores em energia eólica e solar ficaram satisfeitos com a perspectiva de novos negócios trazida pelo Plano Decenal de Expansão 2026, apesar do documento ter um caráter meramente indicativo de como deverá se comportar a expansão da matriz energética no Brasil nos próximos dez anos.

O documento era esperado com ansiedade pelo mercado, uma vez que sua última versão foi publicada em 2015, antes da troca da equipe política. O novo ciclo de planejamento do governo federal prevê investimentos de R$ 361 bilhões na expansão da oferta de eletricidade do país até 2026, sendo R$ 242 bilhões na área de geração e R$ 119 bilhões em transmissão.

“Apesar de ter um caráter indicativo, o PDE ajuda a trazer um pouco mais de previsibilidade frente a insegurança que o setor solar sentiu quando houve mudança na gestão da EPE [Empresa de Pesquisa Energética] e no Ministério de Minas e Energia”, comentou Rodrigo Lopes Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). “Agora, a gente vê que existe uma sinalização clara para o avanço da fonte nos próximos anos”, completou.

O plano indica que a fonte fotovoltaica centralizada, que hoje conta com 3,3 GW contratados, poderá chegar a 9,6 GW em 2026, com a adição de 7 GW nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. A projeção para geração distribuída é de 3,5 GW, estimativa considerada conservadora pela Absolar. “De uma forma geral, os dados apresentados são uma evolução positiva para o desenvolvimento da fonte fotovoltaica no Brasil. O PDE traz maior clareza da expectativa de contratação do governo federal no período.”

Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), aprovou a mudança de metodologia do PDE, que agora apresenta perspectivas distintas para os diferentes cenários de evolução da demanda de energia elétrica do país. A expectativa é adicionar 18,4 GW eólicos até 2026, sendo que 6,6 GW já estão contratados, restando 11,8 GW a serem contratados.

“Acho que esse PDE está mais realista e está refletindo principalmente o nosso aprendizado de fazer PDE. Ele reflete uma maturidade maior do conhecimento do nosso do mercado, seja do ponto de vista da oferta, seja do ponto de vista da demanda”, disse a executiva.

Para Mário Dias Miranda, presidente da Associação Brasileira de Transmissores de Energia (Abrate), o PDE 2026 continua sinalizando uma forte expansão da transmissão nos próximos anos. O PDE aponta para a expansão de 47.000 km em novas linhas. “Isso mostra a grande expansão que estamos vivendo em transmissão.”

O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, disse que o documento se tornou mais útil e chamou a atenção para a redução da oferta de grandes hidrelétricas. O PDE prevê adicionar 4,5 GW de UHEs, sedo que 2,1 GW estão contratados, restando 2,4 GW, dos quais seis projetos estão na região Amazônia. “Para quem estava acostumado a ter a expansão da oferta fortemente calcada na oferta das UHEs, esse número contrasta bastante.”

Para as pequenas centrais hidrelétricas, a indicação é de adicionar 2,3 GW, sendo que 840 MW já estão contratos, restando 1,5 GW a serem contratos no subsistema Sudeste/Centro-Oeste.  Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Leonardo Sant’Anna, a proposta para as PCHs ficou muito tímida.

“Apensar da EPE reconhecer o potencial das PCHs para resolver o problema da intermitência do sistema, que tem sido recorrente no planejamento e na operação do sistema, considera a expansão de um bloco de menos de 300 MW por ano para as PCHs, quando nós temos no Brasil a disponibilidade de 7 GW prontos para leilão e podendo entregar facilmente 1 GW para suprir essa necessidade que o mercado tem mostrado.”

O PDE ainda prevê a expansão de 18,7 GW de termelétricas fósseis (gás, carvão) e nuclear, sendo que 3,8 GW já estão contratados (incluindo Angra 3). Além disso, há a indicação da expansão de 2 GW de térmicas a biomassa, sendo que 850 MW estão contratados. O PDE 2026 está em consulta pública até 6 de agosto. Clique aqui para ler a íntegra do documento.