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A Indra quer pegar carona na regulamentação dos investimentos em smart grid para expandir ainda mais a sua presença no mercado elétrico brasileiro. Considerado um dos cinco maiores players na área de TI em todo o país, com cerca de seis mil funcionários e um faturamento anual próximo de R$ 900 milhões, o grupo de matriz espanhola tem no Brasil o principal polo global de desenvolvimento de produtos para o segmento de distribuição de eletricidade, oferecendo às empresas pacotes de soluções integradas para diversos serviços internos e de relacionamento com clientes. O foco agora é ampliar esse campo de atividade.

O gerente sênior de Energia & Utilities da Indra no país, Rubens Del Monte, explica que a sinalização de que os investimentos em tecnologias de smart grid serão reconhecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica nos processos de revisão tarifária deve resultar diretamente em um aumento substancial no orçamento de TI por parte das grandes companhias do setor elétrico. “Havia uma incerteza muito grande, dois anos atrás, sobre esses investimentos, uma visão por parte das empresas de que o custo não se pagava em razão do risco regulatório de a Aneel não reconhecer o investimento. O retorno não era tão claro”, diz.

A expectativa da Indra é que, havendo o reconhecimento regulatório, os investimentos em smart grid deixem de se restringir a projetos-piloto de PeD e entrem na carteira de investimentos “comerciais” das concessionárias, gerando crescimento no volume de recursos e na escala para os fornecedores de soluções de tecnologia de rede. Enquanto isso não ocorre, a empresa mira em outros segmentos, além da distribuição, dentro do mercado brasileiro de energia, negócio que já responde por 20% da receita anual do grupo no país – ou cerca de R$ 180 milhões. Projetos em geração, transmissão e no setor de óleo e gás entram nessa fatia.

O executivo calcula, com base no atual pipeline de projetos contratados dentro do setor elétrico e com a previsão de forte crescimento da GD em um cenário de curto prazo no país, que a Indra consiga alcançar um faturamento de até R$ 100 milhões ao longo dos próximos cinco anos apenas em negócios relacionados a sistemas técnicos para smart grid. “Uma solução dessas, abarcando soluções altamente especializadas e que integram atividades operacionais distintas, é implantada numa grande empresa dentro de uma estratégia empresarial de longo prazo, com horizonte de 10 a 15 anos”, observa ele.

Del Monte explica que o último ano e meio tem sido positivo para a Indra, em virtude de as concessionárias de energia estarem voltando a trabalhar com projetos e recuperando a visão de que os investimentos em TI são operacionalmente importantes para os seus negócios. “As concessionárias não conseguem atingir as metas de DEC e FEC estipuladas pela Aneel para as suas áreas de concessão sem terem por trás um suporte robusto de sistemas. Cada vez mais se enxerga que o investimento em TI é essencial”, defende, prevendo uma evolução natural do negócio para os segmentos de geração distribuída, microgrid e fotovoltaicas.

No Brasil, a unidade da Indra situada em Campinas (SP) se estabeleceu como polo mundial de soluções de distribuição. A equipe brasileira possui negócios em mercados diversos, incluindo Argentina, Costa Rica, Polônia e Quênia. São cerca de 60 funcionários no país e mais 20 na Espanha, apenas na área de distribuição. A estratégia de internacionalização dos produtos e serviços criados no Brasil vem desde 2008, a partir tanto de evoluções tecnológicas e mercadológicas quanto do aumento do volume de dados trafegado na rede elétrica, em função do surgimento de inovações como telemedição e atendimento em tempo real.

Trabalhando para o mercado de energia sem envolver o fornecimento direto de equipamentos, a Indra oferece aos clientes pacotes turn key em TI, cobrindo desde o desenho do projeto até a fase de manutenção, passando pela implementação, capacitação de usuários e acompanhamento da entrada em produção. Na parte de pessoal, as soluções envolvem despacho de força de trabalho, com equipes de campo, e atendimento de serviços externos. Os sistemas técnicos e operacionais da empresa atendem grupos como Energisa, Elektro, Enel, Gas Natural Fenosa e Petrobras, especialmente no parque de geração termelétrica.

Em outsourcing, a Indra fornece equipes para manutenção de sistemas SAP e para atendimento de software e hardware. Na Unidade Operacional de Campos são 900 pessoas contratadas pela Petrobras para o helpdesk local. O fornecimento de soluções digitais é o braço de negócios mais recente da empresa, provendo consultoria na montagem de sistema e nas tecnologias mais adequadas. “Essa divisão analisa o negócio junto com o cliente, pensando em como transformá-lo digitalmente e de que maneira ele pode ser impactado. Pensamos em soluções digitais que visam proteger a empresa da concorrência”, analisa Del Monte.