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Há dois meses a CPFL Renováveis iniciou as atividades de seu centro de operações integradas (COI) que deverá concentrar todo o monitoramento de seus ativos de geração no país até o final do ano. Instalado em um edifício da CPFL Piratininga, em Jundiaí (60 km da capital paulista), o centro conta com um investimento de cerca de R$ 4,5 milhões e é parte de uma reorganização da empresa para promover maior eficiência de suas 93 usinas por meio de uma única interface de controle para as quatro fontes que possui, eólica, hídrica, biomassa e solar.
Antes havia dois centros, um em Fortaleza (CE) dedicado apenas às eólicas e outro no local que abriga o novo COI. Agora foi tudo centralizado e otimizado para concentrar todas as informações em um mesmo ambiente e em paralelo a empresa ainda introduziu um novo sistema de gerenciamento da manutenção. E está previsto para o final do ano a implementação de uma plataforma gerencial que no organograma dos sistemas estará um nível acima do COI e de outras ferramentas de tecnologia da informação.
De acordo com o diretor de O&M da empresa, Adriano Vignoli, a meta passa por reduzir custos, na ordem de 30%, e equilibrar a performances dos projetos e riscos de operação. O COI é um dos pilares de um programa chamado de Avançar que foi desenvolvido em 2015 e teve o início de sua implementação a partir de 2016. O encerramento dessa fase deverá se estender até 2018.
O executivo contou que o novo centro foi desenvolvido para atender a todo o portfólio de projetos que hoje soma 2,1 GW em capacidade instalada, bem como todo o pipeline de projetos que estão na carteira da companhia. Segundo ele, até mesmo a incorporação de uma outra empresa pela CPFL Renováveis tem espaço para ser integrada no COI. Ele lembrou que o mercado continua sendo atrativo para operações dessa natureza diante da pulverização de participação de mercado de fontes renováveis. Excluindo a CPFL Renováveis que detém 6,8% de share, as grandes concorrentes apresentam algo como 2% em média de participação.
“Até o final do ano serão incorporadas as operações das eólicas do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e biomassa”, apontou. “Com o COI aqui em Jundiaí estamos em fase de desmobilização do centro de operação em Fortaleza, que por enquanto atua em paralelo até a transição ser completada e não termos mais riscos”, destacou. A escolha pela cidade do interior paulista deu-se em decorrência deste centro estar próximo à administração central da CPFL Renováveis e por já existir um centro das usinas à exceção das eólicas. Apesar de Fortaleza ter o maior volume de capacidade da empresa, isso deixaria o COI mais afastado da sede da empresa. Essa escolha se deu de forma natural até porque as atividades do centro podem ser feitas de qualquer localidade o que é importante é manter a estrutura de pessoal que atua em campo próximo aos ativos.
O investimento é considerado relativamente moderado ante os objetivos da companhia que são o de aumentar a disponibilidade e a confiabilidade dos ativos ao mesmo tempo em que procura ser mais eficiente em termos de geração. Como o centro acabou de ser inaugurado, disse Vignoli, essa aumento da geração ainda não pode ser mensurado, até porque a empresa passou a enxergar as perdas de eficiência que apresentava e não conseguia visualizar com os sistemas antigos que não eram padronizados nem dentro da mesma fonte como a eólica que conta com seis fabricantes diferentes de aerogeradores em seus parques.
“Hoje é possível ver claramente onde podemos tirar mais eficiência dos equipamentos e corrigir ações para maximizar a geração dos ativos da companhia”, avaliou ele. “Os ganhos que vemos são os de curto prazo como o fato de não aumentarmos o quadro de funcionários com o processo de otimização de ativos mesmo os novos que foram integrados recentemente como os do ACL no RN, a PCH Mata Velha e o novo parque eólico de Pedra Cheirosa. Não houve aumento de pessoal foi apenas a reorganização de processos e sistematização que abriu espaço na nossa estrutura”, acrescentou.
No último ano dessa fase do projeto a busca da empresa é por começar a gestão de ativos ao nível de classe mundial. Ele explicou que isso significa adotar as melhores práticas com base nas ações de outras empresas e que ainda não são aplicadas na geradora. Em linhas gerais, continuou ele, dois dos indicadores que se usa são o índice de disponibilidade e de confiabilidade de que o ativo realmente vai gerar energia quando solicitado e sem falha.
Com os novos sistemas do COI que são padronizados, comemorou o diretor, a empresa começa a ver de onde tirar mais eficiência desses equipamentos com medidas simples, como direcionar de forma mais adequada um aerogerador ao vento em um determinado momento. Essa perda é demonstrada por meio de gráficos que antes não havia. “Hoje nosso patamar de perdas é apenas aquele natural da conversão do vento em energia, ou seja, posso dizer que hoje não temos mais esse tipo de perdas”, finalizou.
*O repórter viajou a convite da CPFL Renováveis