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A EDP Brasil entrou em contato com a Eletrobras demonstrando seu interesse em adquirir a participação da estatal em projetos que as duas têm negócios em conjunto. Entre elas estão a participação de 33% na SPE para a UHE São Manoel (MT, 700 MW), que está em construção, bem como participações na Enerpeixe e em Lajeado. Segundo o presidente da companhia no Brasil, Miguel Setas, esses ativos são os que interessam à filial local da empresa portuguesa.

“Esse é um tema que já dissemos, gostaríamos de poder comprar essas participações caso estejam à venda. Já fizemos essa mensagem chegar à administração da Eletrobras, esses ativos nos interessam. É onde temos conhecimento, operação redonda, conhecemos o risco e onde uma gestão integrada pode ser mais eficiente do que é hoje”, comentou o executivo em coletiva sobre os resultados da companhia no segundo trimestre do ano nesta quinta-feira, 27 de julho.

De acordo com o executivo, a situação econômica da companhia é favorável a operações como estas, ante o índice de alavancagem. Ao final do segundo trimestre, a relação entre a dívida liquida sobre o resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) era de 1,7 vez.

Outra área em que a empresa vê oportunidade de expansão por meio de aquisições está no segmento de transmissão. Seta disse que nesse sentido, a EDP avalia como possíveis ativos que trariam sinergias operacionais e de competências com os atuais ativos que a companhia tem e que estão em desenvolvimento, resultado de sua participação em leilões realizados em 2016 e 2017. O executivo descartou a participação na disputa por ativos da Abengoa e da Isolux que possam ser recolocadas em leilão por parte do governo federal. “Contudo, não temos no momento nenhuma transação iminente em nosso radar”, acrescentou Setas.

Apesar de o momento do setor elétrico ser de ativos à venda, Setas delimitou as perspectivas de atuação da EDP. Em geração, o foco da companhia está em construção de novas usinas, onde, em sua avaliação, consegue retirar o maior volume de rentabilidade de um projeto seja por meio de otimização de custos ou por meio da antecipação de geração. Assim sendo, ele descartou os processo de venda da Cesp pelo Estado de São Paulo e as usinas que deverão fazer parte do leilão de outorga, onde os principais ativos são as usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, as três primeiras que a Cemig ainda disputa na Justiça.

Além disso, a faixa de potência instalada que a empresa se interessa está entre 100 MW e 1 mil MW, nesse sentido vê como possível participação em disputas mais no médio prazo como no leilão do AHE de Tabajara que estaria nessa faixa de potência.

Já em distribuição, a empresa afirma que a obrigação fiduciária é de avaliar todos os ativos em negociação por necessidade de buscar a defesa dos interesses dos seus acionistas. E nessa visão foram procurados pela Cemig para verificar o interesse na compra da Light, mas afirmou que considera existir oportunidades de expansão em distribuição fora do eixo Rio-São Paulo. E sobre as distribuidoras da Eletrobras, ele afirmou que essas empresas não se enquadram no perfil de risco da EDP.