A descotização de usinas hidrelétricas que foi proposta pelo governo na consulta pública para o novo modelo do setor elétrico foi classificada pelo presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Júnior, como uma nova opção para a empresa. De acordo com ele, a empresa ainda vai começar a debater o assunto no seu conselho. Nesta sexta-feira, 28 de julho, a Eletrobras discute as contribuições que ela poderá dar à consulta. Atualmente, os custos dessas usinas cotizadas estão 40% acima do que ela recebe para operá-las. “Com a descotização, ela pode ter uma alternativa adicional. Antes, não tínhamos. É um debate que está sendo feito”, explicou ele, que participou na última quinta-feira, 27 de julho, de evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro (RJ).

Dentro do seu processo de reestruturação, a Eletrobras está atuando para racionalizar os custos de operação das usinas cotizadas, com objetivo de zerá-los. Segundo Ferreira Junior, a descotização pode trazer um valor positivo para a empresa. O conselho da Eletrobras vai avaliar se vale a pena vender ou não o ativo de acordo com a situação da empresa. Ferreira Júnior destacou ainda que toda a discussão sobre o assunto está no âmbito da consulta, o que pede calma. “O conselho tem uma responsabilidade sobre esse tipo de coisa. Ele vai se manifestar quando a opção for definitiva”, explica.

O presidente da Eletrobras disse ainda no evento que a Eletrobras vai continuar a exercer papéis importantes dentro do setor elétrico brasileiro. A operação de usinas nucleares, a transmissão de energia na maior parte do país e a atuação como agente da integração no continente devem continuar nas mãos da estatal. Sobre a interligação, Ferreira Junior revelou que os outros países da América do Sul veem a Eletrobras como esse agente, uma vez que ela, além de já possuir projetos como o da hidrelétrica de Itaipu e a conexão com o Uruguai, possui a expertise da transmissão em seu próprio território.

Plano – O Plano de Aposentadoria Especial da Eletrobras está com 1.900 adesões, próximo da meta de 2.400. A redução no quadro de funcionários vai proporcionar uma economia de R$ 900 milhões para a empresa. No segundo semestre, será lançado ainda um Plano de Incentivo a Demissão.