A Engie Brasil já está se preparando para o próximo leilão de Linhas de Transmissão, que tem previsão de realização em setembro deste ano. Em teleconferência com analistas de mercado nesta sexta-feira, 28 de julho, o diretor-presidente da empresa, Eduardo Sattamini, disse que desta vez, haverá mais tempo para avaliação dos lotes, o que a deixará em melhores condições na disputa. “Já identificamos linhas que temos interesse, elas estão próximas de empreendimentos que a gente quer desenvolver ou de usinas que a gente já opera, em que teremos algum tipo de sinergia”, afirma.

Sobre a expansão da empresa, a intenção é usar os recursos da venda de ativos para aquisições de novas concessões ou no curto prazo em ativos já existentes de renováveis. “Estamos ativos no mercado. Vamos voltar a olhar o crescimento com muito mais afinco e esperamos dar boas notícias nos próximos meses”, avisa Sattamini. A Engie Brasil também vem demonstrando interesse no leilão de usinas da Cemig e na possível privatização de ativos da Eletrobras. Embora o apetite para compra esteja alto, o executivo rechaçou participar do leilão de venda da Cesp, que também deve ocorrer esse ano. O pouco tempo restante de concessão da usina motivou a negativa.

A empresa ainda está recebendo propostas para compra dos seus ativos a carvão. Cinco candidatos devem ser selecionados para ir à fase final de compra, que deve ser finalizada até o fim do ano. A Engie Brasil constrói a UTE Pampa Sul (RS), que deve entrar em operação no fim de 2018 e terá investimentos de R$ 1,8 bilhão.

A Engie também não descarta uma entrada no setor de gasodutos no Brasil. Faria sentido, mas ainda dependeria de orientação da matriz sobre se a participação seria com a Engie Brasil Energia ou com a holding. “O grupo tem interesse, é uma atividade que ele faz na Europa, mas se será feito dentro da empresa listada é uma discussão que ainda não tem definição”, observa.

A consulta para o novo modelo também foi elogiada na conferência. Para Sattamini, ela traz a visão de que os mais eficientes terão mais mercado. “Tem racionalidade econômica, viés bem positivo. Vemos com bons olhos a vontade do governo em corrigir o ambiente regulatório”, afirma. Embora elogie a iniciativa, ele acredita que a descotização deve aumentar no longo prazo o preço da energia.