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As oportunidades de aquisições estão no radar da maior geradora de energia a partir de fontes alternativas do Brasil. A CPFL Renováveis revelou que está de olho em 4 GW entre parques eólicos, usinas solares e pequenas centrais hidrelétricas, disse o presidente da companhia, Gustavo Sousa.
O executivo lembrou que a empresa está muito bem posicionada, com boas condições de crédito, na medida em que conta com a gigante chinesa State Grid em seu bloco de controle. “Sempre estamos olhando M&A, mas o projeto precisa estar alinhado a nossa estratégia de crescimento, com um retorno adequado.”
Ao ser questionado sobre o interesse da CPFL Renováveis em projetos da Eletrobras, ele contou que ainda não há uma decisão fechada sobre os empreendimentos da estatal. ”Nossa carteira de projetos para aquisições é completamente focada em empresas privadas de médio porte do nosso setor”, sinalizou o executivo.
Nesta sexta-feira, 28 de julho, a CPFL Renováveis inaugurou o parque eólico Pedra Cheirosa, no município de Itarema, no Ceará. O complexo possui 23 aerogeradores Gamesa, somando 48,3 MW de capacidade e 26,1 MW médios de garantia física. Com isso, a empresa está com 93 empreendimentos de geração em operação, que totalizam 2,1 GW de capacidade instalada.
Operação comercial antecipada- A operação comercial do parque Pedra Cheirosa aconteceu em 7 de julho, com quase um ano de antecedência da data do contrato. O projeto foi viabilizado no leilão A-5, em 2013, com obrigação de início de fornecimento para maio de 2018.
De acordo com as regras estabelecidas no leilão, com a entrega antecipada do complexo, as condições de contrato passam a ser válidas a partir de janeiro de 2018. A partir de agora, até o encerramento de 2017, a energia gerada será comercializada no mercado livre.
Pelo terceiro ano consecutivo, a CPFL Renováveis conclui com antecedência a entrega de um empreendimento. Em 2016, a companhia já havia antecipado a entrega da PCH Mata Velha em um ano e oito meses e, em 2015, colocou em operação o parque eólico Morros dos Ventos II com oito meses de antecedência.
A companhia conta ainda com uma PCH em construção no Estado de Minas Gerais com 26,5 MW de capacidade instalada, que está dentro do orçamento e do cronograma, garantiu a CPFL.
Novos leilões de geração- A expectativa do CEO da CPFL Renováveis é que o o governo federal deverá realizar leilão ainda neste ano para a contratação de nova capacidade de geração. O executivo antecipou que tem 900 MW em projetos eólicos, solares e PCHs prontos para entrar na disputa. “Acreditamos que tem leilão no final do ano. Mas achamos que haverá mais oportunidades de aquisição do que de crescimento via leilão.”
Élbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), disse que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, garantiu que haverá leilão de energia nova e de reserva.
Segundo Gannoum, o ministério aguarda a conclusão de dois processos. Neste mês de julho terminou o prazo para as distribuidoras declararam suas necessidades futuras de energia para atendimento de seus respectivos mercados. Outro marco decisivo é o leilão de descontratação de energia de reserva, marcado para 28 de agosto.
“O ministro está esperando o mês de julho para ver a declaração das distribuidoras e o resultado da descontratação para fazer os leilões. Se tiver muita demanda para A-3 e A-5, ele vai fazer só esses dois. Se não tiver, ele vai fazer esse dois e mais um de reserva”, disse a executiva, que também esteve presente da cerimônia de inauguração do parque Pedra Cheirosa.
O setor eólico clama por novas contratações para manter a indústria nacional funcionando. Desde que o país mergulhou em uma crise econômica, houve redução do consumo de energia e o governo reduziu as contratações de nova capacidade desde 2015. Segundo Élbia, o ministro entendeu a situação do setor e disse que vai resolver o problema.
Leilão de descontratação- O MME publicou nesta semana a lista de projetos aptos a participar do leilão. No total, são 4,2 GW distribuídos pelas fontes eólica, solar e pequenas centrais. São projetos que estão com dificuldade de serem viabilizados por diversas razões.
Na opinião de Elbia, o governo deveria descontratar o máximo possível, na medida em que houver agentes dispostos a assumir os custos desse distrato. Ela acredita que pelo menos 2,5 GW deverão ser descontratados.
O objetivo do leilão de descontratação é fazer uma limpeza na chamada “energia de papel”. Ou seja, há um contrato de compra e venda de energia, porém os empreendedores não têm condições de seguir com a construção dos empreendimentos. “Isso é uma situação atípica e como o Brasil está em crise, acho que tem uma boa justificativa”, disse Elbia.
*Repórter viajou a convite da CPFL Renováveis