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O país começou a contar oficialmente com um modelo de previsão de energia eólica que promete estabelecer maior acurácia na projeção da produção da fonte originária dos ventos, auxiliando assim na operação do sistema ao passo que a fonte vê a elevação de sua capacidade instalada. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, a assertividade da projeção desse modelo está acima de 90% para o horizonte do dia seguinte após cerca de três meses de testes.
O modelo é o resultado de uma parceira entre a Associação Brasileira de Energia Eólica, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico. A formalização da entrega do sistema ocorreu no último dia 2, em São Paulo. Entre suas características está a de ser um modelo único, de código aberto e, portanto, de domínio público.
“O modelo representa um avanço muito importante para o setor. Atualmente temos o modelo de previsão de vazões no sistema cujo código não é aberto e que alimenta o Newave. Agora a eólica também tem um modelo de previsões e isso é um avanço porque cada vez mais aumenta a participação na geração e a relevância na matriz como um todo. Principalmente no submercado Nordeste região na qual já chega a responder por até 50% da carga”, afirmou a presidente executiva da entidade, Élbia Gannoum à Agência CanalEnergia.
Ela conta que há cerca de um ano formou-se um grupo com o objetivo de estudar o modelo. O Operador, continuou a representante, já havia formado convênios com países da Europa com forte presença da eólica para desenvolver o seu expertise com a fonte que começava a se desenvolver de forma mais significativa por aqui. E hoje há visão do operador de que eólica é variável e não intermitente.
“No médio prazo a eólica acaba sendo mais previsível que a hídrica. De um dia para o outro ainda apresenta uma variação maior. Esse modelo consegue aproximar a geração e o planejamento com uma acurácia acima de 90% para o dia seguinte”, revelou.
O modelo apresentado e disponibilizado foi discutido previamente em diversos fóruns e havia sido introduzido inicialmente em dois Workshops com agentes, sendo o último no início de março no ONS. Mas, lembrou Élbia, o modelo já veio sendo testado ao passo que era desenvolvido. Há pelo menos três meses de testes realizados que levaram à conclusão apontada pela executiva. “O modelo entregue pelo ONS é um marco do setor porque deixa claro que a inserção de mais eólicas em nossa matriz não só é possível de ser feita com segurança, como também com uma previsibilidade cada vez maior. É um modelo que representa a maturidade e consolidação da eólica”, explicou.
Por ter o código fonte aberto há a possibilidade de que os agentes que rodam o sistema aprimorá-lo e assim que o fizer submeter ao ONS para que todos tenham a informação padronizada, desde que a o operador valide a alteração, caso se mostre positiva. O objetivo é o aprimoramento das previsões para reduzir a menos de 10% a margem de erro das projeções.
Para essa avaliação, explicou o diretor técnico da ABEEólica, Sandro Yamamoto, será criado um grupo com reuniões periódicas com profissionais que utilizam o modelo para discutir aprimoramentos que venham a ser necessários.
O operador afirmou que a margem de acerto para a previsão global na região Nordeste te sido considerada boa. Tanto que depois da adoção do modelo dificilmente é necessária a reprogramação de geração por violação de reserva de potência. Élbia, destacou que esse fator é importante para otimizar o uso da rede de transmissão. Apesar de ainda ser necessário que haja espaço para a transmissão de energia para o Nordeste, as lacunas que devem ser deixadas são otimizadas.
Yamamoto explicou que o modelo utilizou informações passadas pelos parques eólicos sobre os ventos que são passados a cada 15 dias. Com isso montou-se um sistema com o que foi gerado de energia com base naquele vento e o cenário da meteorologia. Os principais indicadores são as projeções dentro de um mesmo dia e para o dia seguinte. Ele explicou que há perspectivas mais à frente, mas como a probabilidade de erro aumenta o importante para o operador é mesmo esse horizonte principal.