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A realização dos leilões de energia nova anunciada pelo Governo Federal veio em um bom momento para a Casa dos Ventos. Nos últimos anos, a empresa esteve dedicada a entrega de grandes complexos eólicos e vendeu ativos para a Cubico e o Fundo Actis. De acordo com Lucas Araripe, diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, esses movimentos a deixaram com mais liquidez e forte para a concorrência dos certames. “A retomada veio em um momento propício”, afirma. Ele prevê um certame acirrado, uma vez que a ausência de leilões em 2016 inibiu o mercado. “Tem muito investimento reprimido. Do nosso lado, hoje temos mais recursos, conhecimento, projetos competitivos e estamos pensando mais fora da caixa”, observa.
Araripe contou que a Casa dos Ventos ainda está formatando como será a sua participação nos certames, definindo quais projetos serão inscritos. Além de atuar como investidora, ela também estabeleceu memorandos com vários players para também entrar em disputas como desenvolvedora, o que lhe dá a perspectiva de estar com 4 GW inscritos nos leilões. “Sendo vitoriosos, os players seguirão com a implantação e a Casa dos Ventos se capitaliza”, avisa. Os empreendimentos em pauta estão nos estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A Casa dos Ventos estuda ainda inscrever um projeto solar de 120 MW no Ceará.
O executivo chamou a atenção para a questão da conexão, que pode trazer algum tipo de incerteza para o leilão A-4. Segundo ele, no modelo anterior havia a opção para a mudança do ponto de conexão do projeto depois do cadastro. Agora não há mais. Já para o leilão A-6, a conexão não deve ser problema pelos prazos mais longos. Outro ponto que Araripe chama a atenção é da mudança sobre a análise da garantia física de 90% das eólicas. Segundo ele, essa conferência era feita a cada quatro anos e agora será feita anualmente, o que aumenta a possibilidade de aplicação de penalidades, devido a variação dos ventos pelos anos. Com um forte trabalho nas medições de ventos e estimativas, sendo uma das principais desenvolvedoras do país, ele avalia que essa medida não deve impactar nos projetos da Casa dos Ventos.
Em 2017, a Casa dos Ventos vendeu para a Actis os Complexos Ventos de São Clemente (PE – 216 MW) e Ventos de Tianguá (CE – 130 MW) e inaugurou o complexo eólico Ventos do Araripe 3 (PI – 360 MW). Em 2016 ela já havia vendido Ventos de Santa Brígida (PE – 182 MW) e Ventos do Araripe I (PI – 210 MW) para a Cubico. Na ocasião, a empresa já alegava que queria se fortalecer para uma futura expansão. O ‘pensar fora da caixa’ que o diretor da Casa do Ventos planeja está desde a busca de outros financiamentos até a viabilidade de importação de equipamentos. Ele também elogiou a caracterização dos leilões em A-4 e A-6.