fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Viabilizada no leilão A-5 de 2015, a UTE Porto de Sergipe I (SE 1.551 MW) traz o pioneirismo na sua concepção. Além da usina, seu projeto compreende a operação de um terminal flutuante de regaseificação, que vai suprir o GNL que abastecerá a térmica. Com investimentos de R$ 5 bilhões e com começo de operação previsto para 2020, ela vai ser a maior da América Latina. De acordo com Eduardo Maranhão, presidente da Celse, Sociedade de Propósito Específico criada pela Eletricidade do Brasil e Golar Power para geração e comercialização da usina, o diferencial do negócio será a integração existente entre os parceiros no empreendimento. “A relação onde você está integrado na cadeia de operação do terminal GNL e a operação termelétrica é vital para garantir a sustentabilidade e a financiabilidade do projeto.”, explica.
O êxito ao que o executivo se refere é a expertise dos sócios EBrasil e Golar Power nas suas respectivas áreas de atuação. A EBrasil é a maior operadora termelétrica da região Nordeste, com usinas em Pernambuco e na Paraíba. Ela participou de todo o arcabouço regulatório junto aos órgãos do setor. Já a Golar Power é uma reconhecida operadora global de terminais GNL. “O desenvolvimento da estratégia offshore tem sido construído em conjunto com a Golar. Isso nos coloca na dianteira dos empreendimentos pelo fato de ter um acionista com esse nível de expertise”, avisa.
Maranhão espera concluir até o fim do ano a estrutura de financiamento da usina. Ele também tenta reduzir a dependência do financiamento do BNDES. Apesar de considerar o banco de fomento com uma fonte interessante, ele tem buscado o mercado internacional de crédito para a estruturação. Com um mercado global de GNL promissor, a tendência é de crescimento. A forte inserção de renováveis intermitentes que vem acontecendo na matriz brasileira é outro fator que deve levar a necessidade de mais projetos térmicos supridos por GNL. “Grandes projetos termelétricos como esse oferecem alta competitividade”, avisa. A usina deve operar em 2020, no prazo estipulado no contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica, sem adiantamento da operação comercial.
O pico do canteiro de obras vai reunir 2.500 trabalhadores. A Celse optou por um contrato de turn key com a GE, também fornecedora de equipamentos. Maranhão conta que há um trabalho com o governo do estado do Sergipe e a prefeitura de Barra dos Coqueiros para aproveitamento de mão de obra local. “Temos sido bem-sucedidos nessa iniciativa”, revela. Barra dos Coqueiros fica localizada a cerca de 30 quilômetros de Aracaju (SE). Além do terminal GNL que fica a 6 km da costa e será conectado a um gasoduto, o projeto também compreende uma linha de 33 km até a SE Jardim, da Chesf.
A Porto de Sergipe I faz parte do Complexo Termelétrico Governador Marcelo Deda, que possui licença para até 3 GW. A área de 126 hectares, o que possibilita a instalação de mais usinas no local. No momento, a Celse está totalmente voltada para a execução da usina. Uma participação no leilão A-6, que anunciado pelo governo esta semana, dependeria da vontade dos acionistas. A concessão recente da licença de instalação vai permitir que as obras andem em um ritmo mais rápido. Desde o ano passado já são feitas atividades de terraplanagem do terreno.