A Eletrobras encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 306 milhões, resultado bastante inferior aos R$ 12,7 bilhões registrados de lucro no mesmo período do ano passado, de acordo com o balanço financeiro divulgado na noite da última quinta-feira (10) pela companhia. A forte queda se deve, segundo o comunicado, ao registro do ativo financeiro da RBSE no segundo trimestre de 2016 e à provisão dos custos do Plano de Aposentadoria Extraordinário da Eletrobras no segundo trimestre de 2017, que são eventos não recorrentes. Excluindo esses dois eventos, o lucro de abril e junho deste ano foi de R$ 162 milhões, 203% acima do igual período de 2016.

A Receita Operacional Líquida no trimestre ficou em R$ 9,1 bilhões. A holding destaca como fatores positivos o repasse positivo de Itaipu no montante de R$ 129 milhões, o CVA positivo de R$ 199 milhões, a reversão de provisões para contratos onerosos de R$ 907 milhões – com impacto líquido no resultado de R$ 643 milhões devido ao registro de R$ 264 milhões de impairment de Angra 3 em contrapartida a reversão de contrato oneroso da usina no mesmo valor – e a contabilização da remuneração relativa aos créditos da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) com efeito de R$ 1,275 bilhão. Como destaque negativo, há provisões para contingência de R$ 465 milhões.

A adesão ao Plano de Aposentadoria Extraordinária da empresa alcançou 2.097 funcionários, o que gera uma expectativa de economia de R$ 874 milhões ao ano – número que poderá ser maior com a adesão de empregados da Amazonas GT. A companhia ressalta ainda a aprovação da transferência de 74 Sociedades de Propósito Específicos de subsidiárias, com o objetivo de quitar dívidas, conforme previsto no “Desafio 21”. A Eletrobras espera que a transação melhore ainda mais o indicador dívida líquida/ebitda gerencial das controladas e do consolidado. Este indicador, que era de 7,8 vezes no segundo semestre do ano passado, caiu para 4,7 vezes nos três meses de 2017.