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O Grupo Energisa e o Centro Técnico Científico da PUC-Rio firmaram parceria para desenvolver um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento que vai criar uma nova ferramenta para a contratação de demanda máxima nas distribuidoras do grupo. Com duração aproximada de dois anos e meio e investimentos de R$ 2 milhões, o objetivo é unificar essa política de contratação de modo inovador, com os diferenciais que a empresa entende serem os melhores. Essa ferramenta visa obter um valor de demanda máxima a contratar por barra de conexão com o sistema de transmissão que equilibre o custo pago repassado ao consumidor e o risco do acionista. “Uma política que considere o risco das incertezas envolvidas no processo, como contingências, perdas de equipamentos, quedas de linhas ou alimentadores, que fazem, com que o fluxo saia do ponto de conexão para outro”, explica Alexandre Street, professor do CTC/PUC-Rio, que participa do projeto.
O desafio do projeto vai ser desenvolver modelos de simulação e otimização que contemplem os vários cenários de demanda. Street conta que conhecer as possíveis importações que podem acontecer em cada ponto de conexão é importante e isso será um dos benefícios que a ferramenta vai proporcionar. Ainda segundo ele, a demanda dos consumidores varia muito, assim como a geração interna da rede. “Para não ter que contratar toda a demanda em todos os pontos da rede, tem que ter um bom conhecimento de por onde estão esses riscos, os fluxos podem variar, para que não ocorra os riscos de estourar os contratos”, completa. Além de Street, também participam do P&D pela PUC-Rio os professores Armando Leite, Cristiano Fernandes e Delberis Lima e dois pesquisadores de pós-doutorado, Erica Telles e Thuener Silva.
As áreas de concessão da Energisa têm afinidade com o projeto, uma vez que elas possuem muitos casos de exportação e importação de energia dentro das redes de distribuição. Em alguns casos, a rede fica exportando metade do tempo, segundo Street. A variação climática também interfere, o que os deixa mais carentes de uma ferramenta como a que está sendo produzida. O êxito de projeto vai levar a um bom ajuste nos contratos de modo que a distribuidora não tenha que fazer uma alta contratação e repassar os custos desses contratos para os clientes. Outra vantagem é que esse refino na demanda vai gerar um sinal mais preciso na necessidade de reforços na rede.
Outro ponto que esse projeto de P&D vai abranger é o da geração distribuída. Essa categoria não está sob controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico, mas sim das distribuidoras. Para Street, apesar da regulação recomendar a desconsideração desse tipo de geração para a contratação da demanda, a chance futura da GD trazer um impacto de redução na demanda é grande. “Se a solar pegar como pegou na eólica e a gente desconsiderar isso, a necessidade de importação vai diminuir, a gente vai continuar contratando e o ONS fazendo reforços na rede sem precisar”, aponta. Ao fim do projeto, com a ferramenta em uso, a intenção é que criar uma Start Up com interface da PUC-Rio e da Energisa. Ela contaria com os profissionais envolvidos para que a ferramenta seja vendida para outros players do setor.