Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A Eletrobras pretende lançar, entre outubro e novembro deste ano, um programa de demissão voluntária com o objetivo de enxugar ainda mais o seu quadro de empregados. Batizado de Plano de Incentivo ao Desligamento, a ação tem como meta principal abarcar 50% de um total de 4.832 funcionários, sendo metade deste grupo desligada até o final de 2017 e a outra parte até junho de 2018. O PID irá se juntar a outro esforço implementado pela empresa visando a redução de seu quadro próprio e de custo com pessoal, o Plano de Aposentadoria Extraordinária. Lançado este ano e com adesão já encerrada, o PAE conseguiu alcançar um total de 2.097 funcionários.

Em entrevista coletiva à imprensa concedida na sede da companhia, no Rio de Janeiro, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., explicou que 95% do escopo do novo programa de desligamento de pessoal está pronto, restando o acerto de alguns detalhes e a aprovação nas instâncias decisórias da estatal. “Haverá regras para a adesão ao PID, pré-condições. Estamos otimistas com a perspectiva de alcançar a meta de funcionários nessa iniciativa”, afirmou ele. Caso o número alvo de aproximadamente 2.400 empregados venha a aderir ao PID, o Grupo Eletrobras terá um total de 12,5 mil empregados nas atividades de geração e transmissão, excluindo aí a parte brasileira de Itaipu.

Com uma perspectiva de economia anual de cerca de R$ 600 milhões, o PID irá se apoiar, entre outras medidas de ajustes internos, na otimização do Centro de Serviços Compartilhados da holding. O CSC é responsável por mais de 140 procedimentos internos, como emissão de contra-cheques, centralizaçao de contas a pagar, emissão de férias e pagamento de impostos. Hoje descentralizadas e demandando grande quantidade de pessoal, as atividades passarão a ser “virtualizadas” e concentradas em quatro centros de controle, situados nas cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis, Brasília e Recife. No Rio, local do CSC central da holding, o espaço está localizado em Furnas.

No caso do PAE, a meta de desligamento de 2.437 empregados não foi alcançada pela empresa, que fechou o programa com a adesão de 2.097 pessoas. Com isso, a economia esperada de R$ 920 milhões por ano ficará em R$ 874,8 milhões anuais, podendo aumentar em mais R$ 20,8 milhões caso seja confirmada a saída de 65 empregados da Amazonas GT. Apesar de as metas de redução de quadro e de economia do PAE não terem sido confirmadas, Ferreira Jr. explicou que o investimento da companhia nos pacotes oferecidos aos funcionários, inicialmente estimado em R$ 1,584 bilhão, acabou ficando em R$ 809,8 milhões, o que reduzirá o payback para menos de um ano.

Ao apresentar os destaques do balanço trimestral da companhia, o executivo voltou a confirmar que a Eletrobras pretende finalizar até o final deste ano a venda de 79 Sociedades de Propósitos Específicos ligadas a ativos de geração e transmissão de energia dentro do plano de reestruturação da companhia. A ideia é que ainda neste mês de agosto o banco BTG Pactual, contratado para assessorar a empresa, apresente a modelagem do negócio e os valores dos ativos envolvidos na operação. As 178 SPEs hoje detidas pela Eletrobras e por suas subsidiárias apresentam um valor contábil de R$ 24, 3 bilhões. Já as 48 SPEs que permanecerão após a venda valem, contabilmente, R$ 18,7 bilhões.

A operação vai envolver 60 ativos de geração, somando capacidade de 1.000 MW, e 19 ativos de transmissão, com transformação de 3.824 MVA. No caso da geração, cujo parque do Grupo soma atualmente cerca de 47 mil MW, a previsão da empresa é que, após a venda das SPEs, a capacidade própria de produção de energia chegue a 49,4 mil MW em 2018, já considerando a entrada em operação de 3,4 mil MW de projetos em fase de construção. Ferreira Jr. se mostrou otimista quanto a possibilidade de a Eletrobras aplicar a totalidade do seu plano anual de investimentos, orçado em R$ 8,953 bilhões, mesmo com execução de apenas 26,7% desse montante no primeiro semestre.