A CEEE-D iniciou, na última terça-feira, 15 de agosto, uma campanha publicitária com o objetivo de alertar a população sobre os perigos e consequências do furto de energia elétrica. O crime previsto no Código Penal é qualificado como inafiançável e gera prejuízo de R$ 200 milhões por ano à companhia. Com o slogan “Fez Gato, Pagou o Pato”, a proposta utiliza várias mídias e se estenderá até dezembro, destacando que a prática de roubo de energia elétrica pode resultar em até oito anos de prisão para o responsável pela unidade consumidora, independente do segmento de consumo.
A campanha abrangerá os 72 municípios atendidos pela CEEE-D e propõe-se a alcançar 80% do mercado, formado por 1,6 milhão de consumidores. Também foi criado um hotsite que irá centralizar todas as informações, disponibilizar dicas de como é possível fazer a regularização e também de como denunciar crimes de roubo de energia de forma anônima.
A iniciativa integra o Programa de Combate às Perdas Globais da empresa, formado por 16 projetos – parte deles com investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Nas ações, há melhoria de processos, acréscimo de equipes de fiscalização, aquisição de veículos e implementação de soluções tecnológicas junto às redes de energia elétrica e aos sistemas de monitoramento e medição das unidades consumidoras. O objetivo é recuperar 75% desse valor até 2021. Parte das atividades de combate às fraudes nas instalações e redes de energia ocorrem em conjunto com a Polícia Civil do RS, por meio da DRCP (Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Públicos Delegados).
Para o diretor de Distribuição do Grupo CEEE, Júlio Hofer, o programa envolve toda a empresa e visa reverter uma situação grave, responsável por danos financeiros significativos à companhia e que acabam trazendo reflexos diretos à qualidade dos serviços. “Fraude de energia elétrica é um problema que prejudica a qualidade da energia e dos serviços prestados a todos aqueles que pagam regularmente as suas contas. No final, todos perdem e os custos desses malfeitos são divididos de forma geral, pois parte das perdas entra na composição tarifária da concessionária”, explica.
Júlio Hofer lembra que as irregularidades são verificadas em diversos segmentos e trazem prejuízos volumosos às perdas comerciais. Segundo ele, esse tipo de ação, além de reduzir a possibilidade de investimentos que poderiam beneficiar o conjunto de clientes da concessionária, gera, de imediato, concorrência desleal e reduz os impostos arrecadados pelo Estado, valores que poderiam ser direcionados para a melhoria de diversos serviços à população.
Entre as ações, o programa inclui a instalação de um Sistema de Medição Centralizada (SMC) junto a 45 mil unidades consumidoras de locais considerados de vulnerabilidade social em municípios da área de concessão e outros 11,7 mil pontos com medição indireta. Estes projetos envolvem 53% do faturamento da companhia. As iniciativas também contemplam a realização de mais 89 mil fiscalizações ao ano na área da concessionária, além das cerca de 35 mil executadas atualmente, com análises de unidades consumidoras, corte de desvios e irregularidades.
O presidente do Grupo, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, alerta para outras consequências da fraude de energia, como riscos de incêndios, choques elétricos e até mortes, fatores, segundo ele, suficientes para justificar a priorização desse programa pela Empresa. Pinheiro Machado reitera que a companhia deixou de faturar, só no ano passado, cerca de 750.942 MWh, o que corresponde aos R$ 200 milhões apurados. “Caso essa energia, suficiente para abastecer a cidade de Porto Alegre por dois meses tivesse sido faturada, haveria condições da Empresa ampliar sua capacidade de investimento, melhorar a qualidade da energia e a eficácia dos serviços à totalidade dos nossos clientes”, acrescentando que a Companhia estima recuperar o investimento feito através do Programa de Combate às Perdas Globais em até dois anos.