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O presidente da Copel, Antonio Guetter, propôs às autoridades do setor elétrico que as termelétricas fossem despachadas constantemente, assim como é feito com a matriz hidrelétrica. Essa mudança no modelo de operação do sistema facilitaria as negociações de fornecimento de gás com a Petrobras, uma vez que a petroleira teria previsibilidade sobre o volume de gás que seria utilizado em um dado período. No modelo atual, as térmicas só são despachadas quando são chamadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).

O tema está sendo discutido com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com Ministério de Minas e Energia (MME). “Temos discutido com a Aneel e com o ministério de considerar as termelétricas na base. O governo só considera as hidrelétricas na base, então dá uma incerteza no despacho das termelétricas”, disse o executivo em reunião com investidores nesta terça-feira, 15 de agosto, em São Paulo.

“É importante que o MME considere o despacho térmico na base. Não vamos despachar só as térmicas quanto faltar água no reservatório, precisamos despachar as térmicas para manter o reservatório cheio”, defendeu Guetter, argumentando que o despacho térmico na base dará mais conforto para contratos de gás de longo prazo.

“A própria Petrobras falou conosco, vamos brigar juntos com o ministério para colocar as térmicas na base. Se não fica difícil para Petrobras fazer um contrato de longo prazo e não saber se eu vou usar o gás.”, disse Guetter.

A Copel trabalha com a expectativa de retomar a operação da termelétrica de Araucária ainda no final de agosto. A empresa negocia um contrato de gás natural com a Petrobras que vai permitir a usina operar com um CVU abaixo de R$ 400/MWh. Como a expectativa de PLD alto nos próximos dois meses, a empresa espera adicionar receita de geração com o despacho da térmica. O último CVU de Araucária foi de R$ 713/MWh.

A UTE está com a operação comercial suspensa desde o dia 3 de agosto. Com cerca de 484 MW de capacidade instalada, a térmica fica no município de Araucária e pertence à estatal paranaense Copel, com 80%, e à Petrobras, com 20%.