A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou na última quinta-feira 18 de agosto, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ da CTEEP e de suas emissões de debêntures. A Perspectiva do rating corporativo é estável.

Os ratings da CTEEP refletem sua forte qualidade de crédito, decorrente do baixo risco de negócios do setor de transmissão de energia no Brasil, cujo fluxo de caixa operacional é bastante previsível. No cenário-base da Fitch, nos próximos oito anos, a partir de agosto de 2017, a empresa receberá indenizações de aproximadamente R$ 1,6 bilhão por ano, segundo cálculo da agência, relativas à renovação antecipada de suas principais concessões. O montante irá quadruplicar seu EBITDA e será uma importante fonte de liquidez para que a CTEEP concretize seu programa de investimentos sem pressionar o seu robusto perfil financeiro consolidado. Estes investimentos incluem novos projetos, obtidos nos últimos leilões do setor elétrico, e estão estimados em torno de R$ 2,5 bilhões nos próximos quatro anos, proporcionalmente às participações da CTEEP.

A Fitch irá monitorar o risco de potenciais ações judiciais que possam impedir a CTEEP de continuar recebendo mensalmente a indenização prevista, o que enfraqueceria seu fluxo de caixa e pressionaria seus indicadores de crédito. Além disso, a agência irá monitorar o risco inerente ao período de desenvolvimento dos oito novos projetos de transmissão. No entanto, entende que as condições destes novos contratos de concessão reduzem substancialmente os riscos observados anteriormente em projetos desta natureza, incluindo o prazo de até 2022 para entrada em operação das linhas de transmissão. Os ratings também incorporam elevado nível de distribuição de dividendos para auxiliar sua controladora, ISA Capital do Brasil S.A. (ISA Capital), a honrar suas obrigações, assim como o moderado risco regulatório do setor brasileiro de energia.

A Fitch acredita que a alavancagem financeira e a liquidez da CTEEP continuarão compatíveis com os ratings da companhia, em virtude da crescente geração operacional de caixa, proveniente, sobretudo, da compensação adicional relativa à renovação antecipada de sua principal concessão. A alavancagem líquida ajustada, com base nos critérios contábeis regulatórios, deverá ser inferior a 1,5 vez já em 2017 e abaixo de 1,0 vez a partir de 2018, também beneficiada pela liberação, no próximo ano, de mais da metade das garantias corporativas às subsidiárias não controladas.

Na opinião da Fitch, este forte perfil financeiro posiciona a CTEEP como consolidadora no segmento de transmissão de energia brasileira, havendo espaço para que participe de outros leilões de concessões sem penalizar seu perfil de crédito. No período de 12 meses encerrado em 30 de junho de 2017, a dívida total ajustada da CTEEP (incluindo R$ 1,2 bilhão das garantias mencionadas) foi de R$ 2,5 bilhões, o que resultou em um índice dívida total ajustada/EBITDA (regulatório) ajustado de 5,0 vezes, com 4,5 vezes em bases líquidas. Caso fossem excluídas as garantias, estes índices seriam de apenas 2,6 vezes e 2,1 vezes, respectivamente.

Após redução significativa das receitas, devido ao aceite da proposta do governo de renovação antecipada de sua concessão, espera-se uma retomada, decorrente das indenizações e da participação nos últimos leilões, que devem incrementar sua RAP em cerca de R$ 400 milhões. A Fitch acredita que o fluxo de caixa livre (FCF) da CTEEP será de R$ 170 milhões a R$ 180 milhões nos próximos dois anos, ficando negativo em 2019 e 2020 devido às elevadas necessidades de investimentos e a um nível elevado de pagamento anual de dividendos.