A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou na última terça-feira, 22 de agosto, o rating nacional de longo prazo da CPFL Energia e de suas subsidiárias — CPFL Paulista, CPFL Piratininga, RGE, CPFL Geração e CPFL Renováveis — e de suas emissões de ‘AA(bra)’para ‘AAA(bra)’. A Perspectiva dos ratings corporativos é estável.
A elevação dos ratings reflete a visão da Fitch de fortalecimento de laços estratégicos, financeiros e legais entre as empresas do grupo CPFL e seus controladores indiretos. Os ratings das empresas do grupo, que desde 23 de janeiro de 2017 é controlado pela SGID por meio de sua subsidiária integral State Grid Brazil Power (SGBP), estavam em perpectiva positiva em função da expectativa da agência de potenciais benefícios do novo controle sobre seus perfis de crédito.
A Fitch entende que este benefício se materializa através de cláusulas de cross default existentes em dívidas de subsidiárias da SGID no mercado internacional, com a empresa chinesa figurando como garantidora. Os termos destes instrumentos estabelecem que a inadimplência de qualquer subsidiária na qual a SGID possua participação direta ou indireta superior a 50% pode acelerar estas dívidas no mercado internacional. No caso da CPFL Energia, holding do grupo CPFL, a SGID possui, indiretamente, 54,64% do seu capital e pretende adquirir o restante do controle até o final de 2017.
Na opinião da Fitch, a flexibilidade financeira do grupo aumentará ao longo do tempo devido ao vínculo com o novo controlador. A agência também espera suportes adicionais das controladoras direta e indireta do grupo, que podem se concretizar por meio de aportes de capital, mútuos, garantias de dívida e intermediação de empréstimos menos onerosos de instituições financeiras chinesas.
Na análise da agência, o forte perfil de crédito da empresa e de suas subsidiárias também contempla sua destacada posição de mercado — é um dos maiores grupos privados do setor elétrico brasileiro — e sua positiva diversificação de ativos de distribuição e geração de energia. O moderado risco regulatório e o risco hidrológico inerente ao setor elétrico são considerados nas classificações.
É esperado uma melhora do perfil de liquidez do grupo CPFL. Em 30 de junho de 2017, a posição de caixa e aplicações financeiras era de R$ 4,3 bilhões, frente a uma dívida de curto prazo de R$ 4,7 bilhões. Da dívida total consolidada de R$ 20,2 bilhões, 11% eram garantidos pela SGBP.
Para a Fitch, os fortes vínculos da companhia com o grupo State Grid compensam o perfil financeiro menos robusto e o maior risco de negócios da companhia, decorrente da forte participação no segmento de distribuição, quando comparados às outras empresas do setor elétrico brasileiro classificadas como ‘AAA(bra)’, como a Taesa ou a Engie.