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O modelo de venda das distribuidoras da Eletrobras deveria ser feito de forma individual e não em pacotes. Essa é a avaliação do presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli. Ele justifica essa posição ao argumentar que além da necessidade de altos investimentos nessas concessões, há dificuldades em termos territoriais já que o Brasil é um país de grandes dimensões e cada uma das regiões tem suas especificidades.
“Acredito que seria melhor a venda em separado porque o pacote inteiro seria mais difícil de encontrar interessados em assumir essas empresas de uma vez, pois são empresas em situações distintas”, afirmou o executivo. “O negócio pode parecer o mesmo mas há diferenças geográficas importantes e não necessariamente essa escala pode agregar valor”, comentou ele.
Zorzoli não afirmou se a companhia, que arrematou a primeira das distribuidoras da Eletrobras – a Celg-D – tem interesse em disputar essas concessões. Ele lembrou apenas que a subsidiária local da empresa italiana é claramente um dos grupos consolidadores do setor elétrico nacional, estando entre os três maiores do mercado. “Olhamos todas as oportunidades, porém, não comentamos sobre coisas específicas”, declarou.  Questionado sobre o interesse na Light, disse que a resposta é a mesma. E sobre uma possível apresentação da concessionária carioca à Enel a resposta bem humorada foi  “Não me lembro se fomos procurados.”
Ainda sobre a Eletrobras, mas quanto ao processo de privatização anunciado na última segunda-feira, 21 de agosto, pelo governo, Zorzoli corrobora a impressão de que dificilmente deverá ser visto um grande player do setor entrando no capital da ainda estatal. O fator é que no formato que se apresenta o investimento não se mostra interessante para um parceiro estratégico. Contudo, ele elogiou a medida lembrando o caso da própria Enel, que era estatal em seu país de origem e passou para o setor privado. “Minha visão pessoal é de que foi bom para a empresa, para os funcionários e para o país”, disse.
A companhia se coloca como interessada em todos os leilões que se mostram no futuro próximo. Menos no de descontratação, uma vez que deu continuidade aos projetos negociados nos leilões de reserva nos quais fechou contrato.
Em geração a perspectiva é de continuar a investir apenas em fontes renováveis, notadamente eólica e solar, até porque é uma orientação global da corporação de descarbonizar sua matriz até 2050. Mas, em seu pipeline há projetos gás natural, comentou sem dar mais detalhes. O decreto do governo federal de ontem que regulamentou novos horizontes de certames no Brasil trouxe otimismo ao executivo, pois sinaliza que finalmente deveremos ter novos negócios após um ano em que quase não houve contratação.
Já em transmissão a empresa olha as oportunidades em projetos greenfield com mais disposição do que brownfield, apesar de não descartar essa segunda opção. Mas, nesse caso, acrescentou, faz mais sentido investir em projetos próximos a sua área de concessão.