A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu na última sexta-feira, 25 de agosto, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à RGE Sul, com perspectiva estável. A agência também atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à proposta de quinta emissão de debêntures da companhia, no montante de R$ 300 milhões. A emissão proposta será realizada em três séries, com vencimentos finais em 2022 para a primeira, 2024 para a segunda e 2027 para a terceira, e contará com cláusulas de cross default entre a emissora e a CPFL Energia. Os recursos da emissão serão utilizados em projetos de investimento da companhia.

Os ratings corporativo e da proposta de emissão de debêntures da RGE Sul refletem a qualidade de crédito consolidada do grupo, cuja expectativa de gerenciamento do fluxo de caixa livre (FCF) deve se manter positivo, beneficiando-se de sua adequada posição de liquidez e da satisfatória flexibilidade financeira. A Fitch espera gradual redução da alavancagem líquida consolidada, que se encontra moderadamente elevada para os ratings do grupo. A avaliação contemplou também o moderado risco regulatório do setor elétrico brasileiro e o risco hidrológico atualmente acima da média histórica.

Para a Fitch, a alavancagem financeira líquida da CPFL Energia está moderadamente elevada para a categoria de rating, mas deve diminuir gradualmente e atingir um patamar mais conservador em 2018. A expectativa da Agência é de que a empresa apresente alavancagem, medida por dívida líquida ajustada/EBITDA, de 3,6 vezes em 2017, com redução para 3,2 vezes em 2018. Estas projeções assumem EBITDA de R$ 4,5 bilhões e de R$ 4,9 bilhões, nos respectivos períodos.

O robusto perfil de crédito da CPFL Energia e de suas subsidiárias reflete, ainda, sua forte posição de mercado como um dos maiores grupos privados do setor elétrico brasileiro. Sua relevante base de ativos de distribuição e geração de energia elétrica contribui para a maior diversificação da adequada geração de caixa operacional e para a diluição de riscos operacionais, mais presentes no segmento de distribuição.

Para a Fitch a flexibilidade financeira do grupo aumentará ao longo do tempo, devido ao vínculo com o novo controlador. A agência também espera suportes adicionais das controladoras direta e indireta do grupo, que podem se concretizar por meio de aportes de capital, mútuos, garantias de dívida e intermediação de empréstimos menos onerosos de instituições financeiras chinesas.

As projeções indicam FCF positivo em cerca de R$ 100 milhões em 2017 e de R$ 200 milhões em 2018, com base em um fluxo de caixa das operações (CFFO) de R$ 2,9 bilhões e de R$ 2,6 bilhões, respectivamente, bastante inferior ao FCF de R$4,7 bilhões reportado em 2016. No entender da Fitch, o atual controlador pode introduzir uma nova política de dividendos. A agência considerou como premissa o pagamento de dividendos de 25% do lucro líquido do ano anterior.

A Fitch acredita que a geração operacional de caixa consolidada se beneficiará de uma gradual retomada do consumo de energia em suas áreas de concessão no segmento de distribuição, com crescimento em torno de 1,1% em 2017. Em 2016, o consumo de eletricidade no país diminuiu 1,0%. Somadas as áreas de concessão do grupo CPFL, a queda foi de 3,5%, desconsiderando a RGE Sul, incorporada pela companhia apenas em novembro de 2016. Pelo mesmo critério, a demanda mostrou leve recuperação no primeiro semestre de 2017, com aumento de 0,3% em relação a igual período do ano anterior.