A Agência Nacional de Águas informou que, na última segunda-feira, 28 de agosto, durante a reunião de avaliação das condições futuras de operação dos reservatórios do São Francisco, foi acordada a redução da defluência mínima de Xingó dos atuais 600m³/s para 580m³/s, a partir das 8 horas da próxima quinta-feira, 31 de agosto. A redução gradual foi proposta pela Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), que capta água para a Região Metropolitana de Aracaju, a fim de testar os impactos da medida sobre os usos de recursos da bacia do Velho Chico.
Desde 18 de julho, com a Resolução ANA nº 1.291/2017, os reservatórios de Sobradinho (BA) e Xingó (AL/SE), no rio São Francisco, estão autorizados pela ANA a liberar uma média mínima diária de 550m³/s de água, o menor patamar já liberado para ambos os reservatórios. A autorização da ANA também permite à Chesf adotar uma defluência mínima instantânea, a cada medição, de 523m³/s até 30 de novembro.
Em 7 de agosto, o Ibama, por meio da Autorização Especial nº 12/2017, também permitiu à Chesf realizar testes de redução da vazão defluente da hidrelétrica de Xingó até o limite mínimo de 550m³/s, patamar que ainda não foi adotado e que, para ser colocado em prática, precisará passar por testes com vazões maiores, como é o caso dos 580m³/s aprovados hoje.
A redução da defluência mínima busca preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do rio São Francisco até o final do período seco e início do próximo período chuvoso, que costuma acontecer a partir de dezembro, devido ao agravamento das condições hidrológicas e de armazenamento de água na bacia, a qual tem registrado chuvas abaixo da média desde 2012. Por conta desta situação, a ANA vem autorizando a redução da vazão mínima defluente abaixo de 1.300 m³/s (patamar mínimo adotado em situações de normalidade) tanto em Sobradinho quanto em Xingó desde a Resolução ANA nº 442/2013, quando o piso do volume de água liberado caiu para 1.100m³/s.
A partir de então, as defluências mínimas desses reservatórios têm sido reduzidas gradativamente, conforme verificada a necessidade de adequação às condições climáticas mais severas e sempre buscando garantir a segurança hídrica na bacia.