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A Chamada Pública 33 pode trazer uma importante contribuição na expansão da fonte eólica no ambiente de contratação livre. Painel realizado na oitava edição do Brazil Wind Power sobre o tema nesta quarta-feira, 30 de agosto, mostrou que aspectos como a separação do lastro e da energia, a revisão dos subsídios e a diminuição de requisitos para a entrada no ACL – que estão no conteúdo da chamada – vão permitir um ambiente mais amigável para as fontes renováveis no ACL.
De acordo com Reginaldo Medeiros, presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, há incertezas regulatórias que travam a expansão do ACL. Somado a isso, dificuldades no financiamento também acabam por fazer com que o ambiente regulado seja a primeira preferência de empreendedores eólicos. O financiamento de projetos para o mercado livre é outro entrave. “A solução é a mudança do modelo comercial, o atual é insustentável”, avisa. A proposta da CP 33 separa o lastro e a energia, dá um selo para os projetos renováveis que será equivalente ao subsídio do fio por 13 anos. Quanto mais rápido ele viabilizar o projeto, maior será o tempo do prêmio para ele. “Isso vai dar dinamismo para empreendedores colocarem o projeto de pé”, relata.
Para Fabio Zanfelice, presidente da Votorantim Energia, a energia renovável é a que mais rápido vai poder dar conta do crescimento do mercado livre. Ele vê um mercado promissor para as eólicas no ACL, mas lembra que ainda há muito o que se fazer, uma vez que o novo modelo não vai solucionar todos os entraves existentes. Ele vê o preço, a inflação elevada e os subsídios como obstáculos para essa expansão. “O novo modelo pode viabilizar renováveis no mercado livre”, aponta. Abraceel, Abeólica e Abiape trabalham em conjunto para apresentar propostas para a viabilização da energia eólica além do ambiente regulado.
Da energia eólica em operação, cerca de 20% está no ACL, é a que menos participa. Há o paradoxo que o crescimento do número de consumidores especiais quase chegou a causar um desequilíbrio no começo do ano. Para André Flores, vice-presidente da Brookfield Energia Renovável, países vizinhos ao Brasil têm limites menores para entrada no ambiente livre, o que traz facilidades. Ele também considera complexa a explicação para a formação do preço, lembrando o impacto que a variação de afluências pode acarretar. O executivo também pediu estabilidade na política regulatória na forma de uma governança que planejasse as alterações e as preparasse com antecedência.