Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 29 de agosto indicam retração de 0,8% no consumo e geração de energia elétrica no país, na comparação com o mesmo período do ano passado. As informações constam na mais recente edição do boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Em agosto, o consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN) somou 58.493 MW médios, queda de 0,8% frente ao montante registrado no mesmo período do ano passado. O Ambiente de Contratação Regulado teve queda de 5%, número impactado pela migração de consumidores para o mercado livre (ACL). Haveria ainda crescimento 0,4%, caso esse movimento fosse desconsiderado.
Já no ACL, no qual as empresas compram energia diretamente dos fornecedores, houve aumento de 10,3% no consumo, número que também inclui na análise os novos consumidores vindos do mercado cativo (ACR). Excluindo esse impacto da migração, o ACL teria queda de 3,8% no consumo.
A avaliação do consumo de energia por ramos da indústria monitorados pela CCEE, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, aponta que os maiores índices de retração no período, excluindo a migração, pertencem aos segmentos de minerais não metálicos (-10%), de bebidas (-8,7%) e comércio (-4,2%). Os setores de veículos (+8,4%) e saneamento (+3,9%), por sua vez, registraram incremento no consumo dentro do mesmo cenário de migração.
A análise indica ainda que a geração de energia no sistema somou 60.742 MW médios, montante de energia 0,8% inferior ao gerado no ano passado, retração impactada pela queda de 14,2% na produção das usinas hidráulicas, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas. Contudo, a geração cresceu entre as usinas eólicas (+28,5%) e térmicas (+31%) no período.
O InfoMercado Dinâmico também apresenta estimativa de que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE gerem, em agosto, o equivalente a 64,7% de suas garantias físicas, ou 39.000 MW médios em energia elétrica. Para fins de repactuação do risco hidrológico, o percentual foi de 71%.