A Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Programa de Pós-Graduação em Projeto e Processos de Fabricação (PPGPPF), firmou uma parceria com o Grupo CEEE. A formalização do convênio, que priorizará o desenvolvimento de pesquisa e inovação, ocorreu na sede da Universidade na tarde da última quinta-feira, 31 de agosto. O documento foi entregue pelo diretor de Planejamento e Projetos Especiais do Grupo CEEE, César Luís Baumgratz, ao reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza.
A parceria é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido no PPGPPF por meio de uma patente de invenção compartilhada entre a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) e a área de transmissão da companhia. De acordo com Charles Leonardo Isarael, coordenador do projeto, o trabalho que envolve investimentos de P&D no valor de R$ 784 mil, é desenvolvido pela UPF e financiado pela CEEE.
“O projeto começou há três anos, por meio do trabalho do aluno Luciano Favretto da Rocha, que, durante a produção de sua dissertação de mestrado, desenvolveu uma patente. Essa foi a primeira patente compartilhada entre a Universidade e uma empresa em um trabalho que propiciou a resolução de um problema desse vulto no setor elétrico. Esse recurso que está sendo disponibilizado pela CEEE é para transformar essa patente em protótipo, para serem instalados em campo e testados”, explicou o coordenador.
Com o título do trabalho “Desenvolvimento e aplicação de controladores de chaves seccionadoras de alta tensão”, o engenheiro Luciano Favretto da Rocha, que trabalha há 15 anos na CEEE e era aluno do PPGPPF, teve a ideia de criar uma solução inovadora para o setor de energia elétrica que resolvesse problemas com o fechamento correto da chave seccionadora. “Ela é similar ao interruptor de luz, só que possui cerca de 230 mil Volts, então, é preciso ter muito cuidado. A tensão é muito alta, tudo precisa ser isolado. Em uma aula de vibrações, entendi que poderia fazer vibrar essa conexão para ela fazer uma acomodação e, por meio de processos, conseguir automatizar um seccionador”, explicou Favretto.
Para ele, o projeto vai melhorar a segurança e também pode reduzir custos, já que, atualmente, nas subestações de energia elétrica, quando é necessário a manobra de abrir e fechar a chave, se faz necessário deslocar um funcionário, o que, com o dispositivo, tal procedimento não precisará ser realizado dessa forma.
Com os recursos da empresa, bolsas de estudos de graduação e mestrado serão geradas para desenvolvimento do protótipo do projeto: “Para nós da CEEE, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento com uma universidade vai além de uma obrigação regulatória do sistema elétrico. As companhias de distribuição de energia elétrica se valem das universidades e de pesquisadores para melhorar o sistema elétrico no Brasil, então, essa possibilidade que a UPF está nos dando é importante no sentido de termos uma energia mais segura, eficiente e econômica, por ouro lado, a Universidade vai ganhar também com conhecimento, bolsas e melhoria de custeio na sua estrutura”, destacou o diretor César Baumgratz.