A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu na última segunda-feira, 4 de setembro, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ (AA mais (bra)) à proposta de nona emissão de debêntures da Energisa, no montante de R$ 850 milhões. A proposta de emissão, de espécie quirografária e com garantia adicional real, será realizada em até cinco séries, com vencimento final em 2022 para a primeira e a quarta séries, 2024 para a segunda e a quinta séries e 2027 para a terceira série.
A Fitch classifica a Energisa com os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) em Moedas Estrangeira e Local ‘BB’ e o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA(bra)’. A Perspectiva de todos os ratings é estável.
Os ratings da Energisa refletem o perfil de crédito consolidado do grupo, cuja alavancagem líquida deve se manter na faixa de 2,0 vezes a 3,0 vezes nos próximos quatro anos, apesar do fluxo de caixa livre (FCF) negativo. Positivamente, a Energisa deve permanecer com forte posição de liquidez e alongado cronograma de vencimentos da dívida consolidada. A reabertura da oferta pública de ações (re-IPO), em 2016, somou R$ 1,5 bilhão e melhorou a estrutura de capital do grupo, reduzindo a pressão sobre a liquidez e os índices de alavancagem em um cenário macroeconômico ainda desafiador.
A Fitch projeta que, mantidos os atuais negócios e os dois projetos de transmissão recentemente adquiridos, o índice consolidado de alavancagem líquida da distribuidora permanecerá na faixa de 2,0 vezes – 3,0 vezes até 2020. Se a carteira ganhar mais ativos ou projetos, a agência reverá suas projeções.
A crescente geração de fluxo de caixa, devido ao quarto ciclo de revisão de tarifas, que deve ser concluído até 2018, no caso das distribuidoras da Energisa, e a liquidez proporcionada pela re-IPO, realizada em 2016, devem ajudar a manter os indicadores de crédito adequados aos atuais ratings. Ao final de junho de 2017, a alavancagem financeira consolidada, medida pelo índice dívida total ajustada/EBITDA, foi de 3,9 vezes, com 2,7 vezes em bases líquidas, frente a 4,4 vezes e 2,9 vezes, respectivamente, em 2016.
No período de 12 meses encerrado em junho de 2017, o retorno dos custos não administráveis e as reduções de despesas beneficiaram o fluxo de caixa consolidado da Energisa. O fluxo de caixa das operações (CFFO), de R$ 1,3 bilhão, foi muito superior ao de anos anteriores, embora insuficiente para cobrir o R$ 1,3 bilhão de investimentos e os R$ 156 milhões de pagamentos de dividendos, o que levou a um FCF negativo de R$186 milhões. O EBITDA, por sua vez, foi de R$ 2,1 bilhões.
A Fitch estima um aumento de 0,7% do consumo de energia nas áreas de concessão da empresa em 2017, o que deverá aumentar a geração de caixa operacional. As elevadas tarifas e o desafiador ambiente macroeconômico levaram a uma redução de 1,6% dos níveis de consumo nesses locais em 2016. A deterioração do ambiente econômico também elevou as perdas de energia e os índices de inadimplência. Nos primeiros seis meses do ano, o consumo de energia nas áreas de concessão do grupo demonstrou recuperação, com aumento de 2,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.