A Fundação Parque Tecnológica Itaipu (FPTI) e o Exército brasileiro firmaram em Brasília, na última segunda-feira, 4 de setembro, um termo de fomento para ampliar a atuação do Laboratório de Segurança Eletrônica, de Comunicações e Cibernética (Lasec2). O investimento previsto é de aproximadamente R$ 1,5 milhão.

O laboratório está instalado há dois anos no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), vinculado ao Centro de Estudos Avançados em Proteção de Estruturas Estratégicas (Ceape²). O objetivo da ampliação é capacitar profissionais para desenvolver soluções ligadas à segurança da informação, de comunicações e à defesa cibernética.

O documento foi assinado pelo diretor-superintendente da FPTI, Ramiro Wahrhaftig, e pelo comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, tendo como testemunhas o comandante de Defesa Cibernética do Exército, Angelo Kawakami Okamura, e o chefe da Assessoria de Informações de Itaipu, Luiz Felipe Kraemer Carbonell – a IN.GB é a área responsável pela articulação da parceria.

A cerimônia mobilizou toda a diretoria brasileira da Itaipu Binacional. O diretor-geral, Luiz Fernando Leone Vianna, estava acompanhado dos diretores Marcos Stamm (financeiro executivo), Cezar Eduardo Ziliotto (jurídico), Marcos Baumgartner (administrativo) e Hélio Gilberto Amaral (coordenação).

O general Villas Bôas destacou a importância da parceria com Itaipu e lembrou que a estratégia de defesa nacional atribuiu ao Exército brasileiro a defesa cibernética do País. Segundo ele, a experiência internacional tem demonstrado que essa é uma preocupação crescente em todo o mundo. “Alguns países já transformaram a defesa cibernética numa força armada”, exemplificou.

“Daí a relevância dessa aproximação [com Itaipu]. Porque Itaipu é uma empresa altamente consolidada, concretizada, e uma empresa com muita visão de resultado. Então, para o Exército brasileiro, é da maior importância essa parceria”, completou o comandante.

Luiz Fernando Vianna observou que o termo de fomento atende ao previsto em acordo de cooperação assinado por Itaipu, Exército e FPTI no final de 2014 – e que resultou na criação do Lasec2. Um dos focos do laboratório é pesquisar soluções para proteger estruturas estratégicas brasileiras.

“As consequências de um ataque cibernético ao setor elétrico, por exemplo, poderiam ser desastrosas”, comentou, indicando que Itaipu é responsável por mais de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e 80% do Paraguai. “Por isso, são investimentos muito pertinentes.”, afirmou o diretor-geral

A ampliação do laboratório possibilitará a criação de um banco de dados atualizado, com informações de todo o planeta, relacionando as principais ameaças a programas como o Sistema Digital de Supervisão e Controle (Scada), utilizado pela binacional e outras hidrelétricas.

O laboratório também terá novos ambientes de simulação e desenvolverá sistemas para identificar vulnerabilidades. São soluções que aumentam o poder de reação para evitar ataques hackers, como o que ocorreu em maio deste ano e infectou computadores de mais de cem países.

Para o diretor superintendente da FPTI, os novos investimentos refletem a preocupação do Exército, do Parque Tecnológico e de Itaipu em avançar em áreas da tecnologia que são fundamentais para o interesse nacional. “No futuro, poderemos ter uma estrutura de nível internacional [na área de defesa cibernética] e esse é mais um passo que estamos dando neste sentido”, antecipou.

O superintendente de Engenharia da Itaipu, Jorge Habib Hanna El Khouri, acrescentou que os investimentos também são importantes para gerar conhecimento e aproximar os setores público e produtivo da academia. “O que se planeja é somar esforços para estabelecer espaços de pesquisa, de desenvolvimento, de inovação, para que toda a sociedade possa ser beneficiada”, definiu.