fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Em um panorama mundial que sinaliza cada vez mais para a descarbonização e inserção de renováveis nas matrizes energéticas, a Schneider vem apostando na eficiência energética para potencializar os negócios. A aposta vem nas expectativas mundiais de aumento expressivo no consumo de energia nas próximas décadas e nos acordos de metas acertados no protocolo de Paris. De acordo com Tania Consentino, presidente da Schneider Electric para América Latina, o governo brasileiro deve ter uma interferência maior no cumprimento das metas de modo que ele consiga cumprir o prometido. “O governo tem que acelerar, desenvolver políticas e regulamentos para que avance mais rápido”, explica a executiva.
Para ela, essa sinalização é importante, uma vez que em um cenário de crise como esse que o país passa as ações das empresas sempre estarão baseadas no curto prazo. A Schneider tem a solução de Internet das Coisas Ecostruxure, que fornece eficiência energética e operacional para diferentes setores como hospitais, hotéis e indústrias. Ela tem plataforma aberta e traz mais conectividade, segurança, confiabilidade, eficiência e sustentabilidade nas operações para a IoT, fazendo com que se alcancem altos níveis de eficiência e o aumento do alcance dos dados operacionais. Ainda de acordo com a executiva, ela consegue integrar e conectar todos os componentes que trocam informações dentro de uma camada, oferecendo uma variada gama de tecnologias interoperáveis e conectadas. “Elas geram um big data e são filtradas e analisadas por softwares poderosos, eles otimizam todo um processo”, afirma.
Há um desafio de ‘evangelização’ do cliente, para que ele reconheça os conceitos os e o potencial da solução, que tira a necessidade de investimentos altos em equipamentos. Ela dá como exemplo que uma avaliação em determinada área de empresa de óleo e gás pode fazer com que problemas como paralisações e acidentes possam ser mitigados. “O cliente precisa acreditar que é o momento dele fazer o investimento”, frisa. Ela vê um potencial nos segmento de cloud providers e data centers no país, puxados pelo boom do Big Data. O Ecostruxure é baseado em cloud. Na América do Sul, a Colômbia desponta com mercado aberto a investimentos e acena com uma agenda sustentável que taxa o uso de combustíveis fósseis.
Gastos com eficiência energética e na redução de impactos ambientais, se em um primeiro momento podem significar alta de investimentos no curto prazo, no futuro podem se traduzir em lucratividade. Como a energia é um item importante nos custos das empresas e nos últimos anos tem ficado mais cara no Brasil, a redução no consumo vira menos gasto financeiro. Ela alerta que o país deve estar preparado para quando voltar a crescer, de forma que não falte energia nesse momento. Na opinião da executiva, deve se trabalhar de forma antecipada a eficiência energética e se programar para a entrada das renováveis e a geração distribuída. “Dentro do grupo energia, estamos falando em cada vez mais trazer a fonte geradora para perto do consumo”, relata.
O atraso do país em assuntos como smart grids, carros elétricos chega a preocupar. Mas ao mesmo tempo em que preocupa o atraso do país nesse novo cenário tecnológico que o setor vai demandar, a rapidez com que ele absorve essas modernizações diminui esse entrave. Mais uma vez, a executiva pede mais ação do governo de maneira que o país não perca a sua competitividade no futuro. “Nossa falta de competitividade empurra o Brasil para trás. O governo tem que dar segurança”, aponta.
Dados da Schneider mostram que em 2015 o mercado de energia gastou US$ 7 bilhões de dólares em soluções de IoT. A previsão é que a taxa anual de crescimento composta aumentará este número para US$22 bilhões em 2020. Ao mesmo tempo, serviços de Big Data e Nuvem podem chegar em 2020 a US$ 14 bilhões e US$ 21 bilhões, respectivamente. A presidente da multinacional francesa ressalta que esse novo cenário que se desenha também acabou de certa forma por impactar na atração de talentos para a área de óleo e gás, fazendo com que eles acabem decidindo pelas empresas de tecnologia. Segundo ela, hoje não basta apenas uma empresa ter uma vertente de inovação forte, como é o caso da Schneider. Hoje, há questionamentos sobre temas como política ambiental, ética e a conduta da empresa. “São perguntas que eles não nos faziam no passado. Hoje o jovem está menos permissivo”, avisa. Tania Consentino vê necessária ainda uma reinvenção das empresas de petróleo para que elas melhorem sua imagem junto à sociedade.